De acordo com o modelo de previsão do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as vendas do varejo restrito (que não inclui materiais de construção, automóveis e atacarejo), em 2024, devem registrar um crescimento em torno de 4,5% em termos de volume. Esse aumento é atribuído, principalmente, à elevação da renda, à resiliência do mercado de trabalho e às transferências de renda realizadas no ano anterior, além da maior concessão de crédito, mesmo diante de juros elevados, e à recuperação da confiança do consumidor.
Segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do IEGV/ACSP, a expectativa para o ano atual é de uma desaceleração no crescimento das vendas. Esse cenário é atribuído, sobretudo, à elevação dos juros, que, embora não impacte, imediatamente, o consumo das famílias, tende a desacelerar a atividade econômica ao longo do tempo, reduzindo, consequentemente, a geração de renda e emprego.
Já pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que mapeou o cenário de inovação no comércio varejista brasileiro, 55% das empresas afirmaram ter implementado algum tipo de inovação em 2022, enquanto 45% não realizaram nenhuma atividade inovadora. Segundo o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, “os dados reforçam a importância de impulsionar a inovação no comércio varejista, especialmente em um cenário competitivo e em constante transformação. As empresas precisam continuar se reinventando para garantir sua competitividade”.
A pesquisa foi efetuada em oito Regiões Metropolitanas, com 840 entrevistas direcionadas a tomadores de decisão de empresas de pequeno, médio e grande porte, classificadas de acordo com o número de funcionários. Empresas com até 10 funcionários foram consideradas de pequeno porte; de 11 a 49, de médio porte; e as com mais de 50 funcionários, de grande porte.
Outro dado relevante aponta que as empresas com mais de 50 funcionários têm 4,6 vezes mais chances de inovar, em comparação às empresas de pequeno porte, que possuem até 10 colaboradores. Esse resultado sugere que a capacidade de inovação está diretamente ligada à estrutura e à disponibilidade de recursos, uma vez que organizações maiores tendem a ter mais condições para reter talentos e investir em melhorias tecnológicas e de processos.
Ainda no universo das empresas que inovaram, 85% dos entrevistados relataram que as inovações geraram aumento de lucro ou valorização da marca.
“A pesquisa aponta que a inovação impacta diretamente o aumento de lucro ou a valorização da marca, o que demonstra o retorno positivo dessas ações”, afirma Maurício Ogawa, diretor de Economia e Inovação da CNC.
No que diz respeito ao tipo de inovação, 73% das inovações foram classificadas como incrementais – pequenas modificações em produtos, serviços ou processos, com menor risco e investimento.
As principais áreas em que as inovações ocorreram incluem métodos de marketing e pós-venda (83%), processamento de informações e comunicação (78%) e práticas de gestão organizacional (74%). Esses dados indicam que as empresas estão cada vez mais voltadas para o aprimoramento da experiência do cliente e para a modernização de suas operações internas.
Por outro lado, a pesquisa também identificou os principais obstáculos enfrentados pelas empresas que não inovaram. Entre as justificativas mais citadas, destacam-se a falta de necessidade devido às condições de mercado (43%) e a falta de conhecimento ou interesse (7%). Além disso, fatores como a instabilidade econômica (54%) e a ausência de incentivos fiscais e financeiros (51%) foram apontados como barreiras significativas para a inovação.
“Esses resultados reforçam a necessidade de criar condições mais favoráveis para que empresas de todos os portes possam inovar, com políticas de apoio financeiro e a promoção de uma cultura de inovação no setor varejista”, conclui Maurício Ogawa.
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