As vendas do comércio varejista paulista cresceram 8,9% em fevereiro, em relação ao mesmo mês em 2024. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) em parceria com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). No mês, o faturamento real atingiu R$ 114,6 bilhões – R$ 9,3 bilhões acima do apurado no ano passado, a maior cifra para o mês desde 2008.
Com esse resultado, a variação acumulada nas vendas varejistas no ano foi de 9,4%, o que representa um faturamento R$ 20 bilhões superior ao obtido no mesmo período de janeiro a fevereiro de 2024. Contudo, é importante ressaltar que o montante diz respeito às receitas, e não à lucratividade.
Todas as atividades pesquisadas mostraram aumento no faturamento real no mês, sendo estas os segmentos de lojas de vestuário, tecidos e calçados (21%); autopeças e acessórios (16%); concessionárias de veículos (13,9%); lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (12,9%); outras atividades (8,1%); farmácias e perfumarias (7,7%); materiais de construção (6,8%); lojas de móveis e decoração (6,2%); e supermercados (5,2%).
De acordo com a Fecomércio-SP, esse desempenho revela expansão, sustentada principalmente pelo emprego e pela massa de renda em alta, reforçando o poder de compra das famílias e a mudança do carnaval para março impactou positivamente o faturamento de fevereiro, com mais dias úteis em comparação com 2024.
No entanto, a federação alerta que, diante da inflação próxima a 6%, o poder de compra tende a ser corroído progressivamente – e o crescimento da massa de rendimentos deve desacelerar no segundo semestre do ano. Além disso, o aumento da taxa Selic impõe restrições ao consumo de bens duráveis.
Em São Paulo (capital), as vendas no varejo cresceram 9,1% em comparação com o mesmo período do ano passado. A cidade atingiu um faturamento de R$ 35,4 bilhões em janeiro, quase R$ 3 bilhões a mais do que em fevereiro de 2024, o melhor resultado da série histórica desde 2008. Dessa forma, a taxa acumulada no ano foi de 9,2%, representando um aumento de R$ 5,9 bilhões em relação ao apurado entre janeiro e fevereiro do ano passado.
As nove atividades apresentaram alta no mês de fevereiro: lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (20,6%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (19,5%); lojas de móveis e decoração (19,3%); autopeças e acessórios (17,6%); concessionárias de veículos (10,3%); supermercados (7,4%); farmácias e perfumarias (5,2%); materiais de construção (4,8%); e outras atividades (3,5%).
Os setores de autopeças e acessórios e de concessionárias de veículos registraram um crescimento expressivo, mesmo sendo tradicionalmente sensíveis aos juros altos. O avanço pode soar contraditório diante de uma política monetária ainda restritiva, mas o dado revela que o crédito continua abundante no mercado. Para o consumidor brasileiro, a taxa nominal de juros importa menos do que o valor da parcela e a possibilidade de parcelamento. O ritmo acelerado nas vendas indica que o financiamento segue acessível, especialmente por meio de bancos ligados a montadoras ou linhas promocionais de crédito.
No segmento de eletrodomésticos e eletrônicos, promoções agressivas, condições facilitadas de crédito e o aumento da renda disponível no curto prazo ajudam a explicar esse salto na demanda.
Já o setor de vestuário, tecidos e calçados – altamente sensível à renda – beneficiou-se de um fevereiro com mais dias úteis. Além disso, liquidações de início de ano e compras antecipadas para o outono contribuíram para o bom desempenho dessas lojas.
Por outro lado, os supermercados cresceram abaixo da média geral. O dado aponta para um consumo mais contido nos itens essenciais, influenciado pela inflação dos alimentos e por uma migração parcial das compras para atacarejos. Também pesa o efeito da alta de preço, uma vez que, ainda que o consumidor esteja gastando mais, não leva mais produtos para a casa.
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