O surto de varíola dos macacos que se espalha rapidamente pode ser interrompido se países, comunidades e indivíduos levarem os riscos a sério e tomarem as medidas necessárias para interromper a transmissão e proteger grupos vulneráveis, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na quarta-feira.
Durante os comentários de abertura em uma coletiva de imprensa, Tedros disse que mais de 18 mil casos de varíola foram relatados globalmente, com mais de 70% na Europa e 25% nas Américas. Até o momento, houve cinco mortes relatadas e cerca de 10% dos casos estão internados em hospitais para tratamento da dor causada pela doença.
A OMS declarou a varíola dos macacos uma emergência de saúde pública de interesse internacional (PHEIC) no último sábado. Um PHEIC é o maior nível de alerta que o órgão de saúde da Organização das Nações Unidas pode acionar.
No momento, o surto ainda está concentrado principalmente em grupos de homens homoafetivos que têm relações sexuais entre si, mas não é esse motivo em todos os lugares, disse a líder técnica da OMS sobre a varíola dos macacos, Rosamund Lewis.
Segundo a OMS, a varíola dos macacos pode causar uma série de sinais e sintomas, incluindo feridas dolorosas. Algumas pessoas desenvolveram sintomas graves que precisam de cuidados em uma unidade de saúde. Aqueles com maior risco de infecção incluem mulheres grávidas, crianças e pessoas imunocomprometidas. A melhor maneira de evitar a infecção é reduzir o risco de exposição.
A OMS trabalha conjuntamente com os Estados-membros e a UE na liberação de vacinas e com parceiros para determinar um mecanismo de coordenação global. Também recomenda a vacinação direcionada para aqueles expostos a alguém com varíola dos macacos e para aqueles com alto risco de exposição.
Lewis disse que cerca de 16,4 milhões de vacinas estão atualmente disponíveis a granel, mas precisam ser concluídas. Os países que atualmente produzem vacinas são Dinamarca, Japão e EUA. A OMS atualmente não recomenda a vacinação em massa contra a varíola dos macacos.
A cidade de Nova Iorque declarou neste sábado uma emergência de saúde pública devido ao surto de varíola dos macacos. O prefeito, Eric Adams, e o comissário de Saúde da cidade, Ashwin Vasan, fizeram o anúncio em uma declaração conjunta, já que um total de 1.383 casos de varíola foram relatados no estado.
“A cidade de Nova Iorque é atualmente o epicentro do surto e estimamos que aproximadamente 150 mil nova-iorquinos possam estar em risco de exposição à varíola dos macacos”, dizia o comunicado.
A declaração permitirá que o departamento de saúde emita ordens de emergência sob o código de saúde da cidade e altere as disposições do código para ajudar a reduzir a propagação.
O anúncio veio um dia depois que a governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, declarou uma emergência de desastre estadual devido ao surto. Na quinta-feira, o departamento de saúde do estado chamou a varíola dos macacos de “ameaça iminente à saúde pública”. Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA mostraram que 5.189 casos foram confirmados em todo o país até sexta-feira.
Com informações da Agência Xinhua