Conceitos econômicos concebidos em épocas passadas continuam aprisionando os homens aos interesses de uns poucos. Falsos pressupostos persistem teimosamente, como o da disponibilidade ilimitada de recursos baratos para promover indefinidamente o crescimento econômico. Métricas e medidas enganosas contribuem para dar um verniz de certeza a premissas como esta.
Os preços dos bens que cada pessoa adquire no mercado não retratam o custo da exaustão dos recursos, nem do carbono emitido na produção ou no transporte de materiais empregados para se obter o que é produzido. A mentira dos preços tampouco permite remunerar na medida justa a exploração do trabalho, largamente convertido em ocupações degradantes e responsáveis pelo adoecimento e morte dos trabalhadores.
Símbolo das medidas mentirosas, a conhecida sigla PIB, que designa o produto interno bruto, é utilizada com frequência para mostrar o quanto um país “cresceu” e costuma ser comemorado quando a taxa de crescimento é alta, ou lamentado, se a o PIB não cresce de um ano para outro.
Na métrica do PIB, se uma sociedade utiliza-se de processos intensivos em energia baseada em recursos renováveis, ao invés de energia baseada em combustíveis fósseis, como o petróleo, isto não conta para aumentar a medida do que é produzido. Se, no entanto, é preciso corrigir os efeitos do aquecimento climático, decorrente da utilização do petróleo, o PIB cresce. Igualmente, se as condições degradadas do trabalho exigem medidas para recuperar a saúde afetada do trabalhador.
O sistema de medidas que retrata a economia, conhecido como contabilidade nacional, compreende apenas as características desse modo de produção em que só o resultado econômico importa. Outro modo de produção, em que o resultado ambiental e o resultado social não sejam subordinados ao econômico, é almejado por muitos. O PIB Verde aparece então como medida da sustentabilidade.