O setor automotivo brasileiro movimentará mais de R$ 792,2 bilhões até o final de 2024, ou seja, 8,3% a mais que os R$ 731,7 bilhões que circularam ao longo do ano passado. Os dados são da Pesquisa IPC Maps.
Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, os gastos com veículos próprios vêm aumentando consideravelmente desde o início da pandemia, em 2020, em função da crescente demanda por transportes via aplicativos e deliveries, tanto pelo consumidor, quanto pelos trabalhadores.
“De tão altos, tais recursos chegam a comprometer 11,7% da renda familiar, em detrimento, inclusive, das categorias de alimentação e bebidas no lar que, juntas, respondem por cerca de 10,4% do orçamento doméstico.”
Neste cálculo, são levadas em conta os desembolsos da população referentes a gasolina, álcool, consertos de veículos, estacionamentos, óleos, acessórios/peças, pneus, câmaras de ar e lubrificações/lavagens, além da aquisição de veículos.
Na liderança do ranking nacional, o Estado de São Paulo responderá por mais de R$ 28 bilhões dos gastos, porém é o Distrito Federal que, na comparação com o ano passado, contabilizará a maior alta (de 30,1%) na movimentação do setor, resultando em quase R$ 2,4 bilhões desembolsados pelas famílias. Já, perdendo presença nesse mercado, estão os estados de Amapá (-12,6%), Roraima (-11,1%) e Rondônia (-5%).
Também em evolução está a frota de veículos, incluindo todos os tipos, entre automóveis, ônibus, caminhões, motos, etc. Se em 2023 todo esse conjunto somava cerca de 117 milhões, a expectativa é de que, neste ano, tal balanço seja superior a 121 milhões.
Com o consumo e a frota em crescimento, a quantidade de comércio e reparação de veículos segue o mesmo ritmo. Do ano passado para cá, houve um aumento de cerca de 8,1% das lojas existentes, totalizando atualmente 983.126 empresas automotivas no Brasil.
Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), no mês de novembro, os emplacamentos totais de veículos anotaram retração de 7,3% em relação a outubro, segundo dados da. Essa queda está relacionada ao menor número de dias úteis (19 dias em novembro, ante 23 dias úteis em outubro) como consequência de feriados. No entanto, o confronto de novembro deste ano com o mesmo mês de 2023 é positivo em mais de 16% e o acumulado dos 11 meses indica crescimento de 16,4%, muito em linha com as projeções da Fenabrave, que apontam para um aumento total estimado em 16,8% até o final de dezembro.
“Temos o melhor acumulado para o período janeiro-novembro desde 2014 (4.583 milhões de unidades naquele período) e caminhamos para um crescimento projetado de quase 17%, com altas importantes em quase todos os segmentos, exceto implementos rodoviários e máquinas agrícolas”, afirma Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
O segmento de automóveis e comerciais leves registrou pequena retração no confronto com outubro, mas teve altas significativas tanto na comparação com novembro de 2023 bem como no acumulado do ano. Como dado relevante, observamos que as vendas diárias cresceram 16,8% em novembro sobre outubro de 2024.
“O crédito tem um papel importante nesses números. Tanto as vendas varejo quanto corporativas vêm sendo positivas e acima das nossas expectativas iniciais, o que indica que devemos alcançar nossas projeções e fechar o ano com mais de 2,5 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados neste ano”, afirma Andreta Jr.
Já os modelos com tecnologia híbrida evoluíram positivamente em todas as análises, inclusive na comparação de novembro sobre outubro.
“O segmento de híbridos e híbridos plug-in vem apresentando crescimento gradativo como consequência natural do avanço da tecnologia e aumento da oferta em produtos importados e nacionais”, recorda o presidente da Fenabrave.
Como na maioria dos setores, os modelos 100% elétricos recuaram em novembro, em consequência do menor número de dias úteis em relação a outubro de 2024. Em razão dos baixos volumes, a comparação com novembro de 2023 e com o acumulado dos 11 meses apontam crescimento elevado nos emplacamentos de veículos desse tipo: “Mas essas altas ainda ocorrem sobre uma base muito baixa”, afirma Andreta Jr.
Por outro lado, o menor número de dias úteis e a queda de produção, em algumas marcas, impactaram os emplacamentos de motocicletas, mas o setor cresceu no confronto com novembro do ano passado e acumula alta próxima a 20%, que é o percentual previsto pela Fenabrave para o fechamento de 2024, neste segmento. “Os serviços de entrega continuam impulsionando o setor, que vem sendo apoiado pelo sistema de consórcios, para autofinanciamento, já que as aprovações de crédito, para os financiamentos convencionais permanecem em 30%”, afirma Andreta Jr.
E os emplacamentos de motos elétricas aumentaram em novembro sobre outubro, apesar do menor número de dias úteis, e houve crescimento também sobre novembro de 2023, mas o acumulado do ano aponta retração.
“O volume de vendas de motos elétricas ainda é baixo pela falta de oferta de produtos”, diz o presidente da Fenabrave.
No início de outubro, a Fenabrave ajustou as projeções de emplacamentos para 2024, que devem atingir aumento total de 16,8%, contra os 16,7% previstos em julho.
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