Vendas caem 13,9% no primeiro bimestre, diz Associação Comercial de SP

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Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revela uma queda média de 13,9% no movimento de vendas da cidade no primeiro bimestre desse ano em comparação com o mesmo período de 2015.
Isoladamente, as vendas a prazo tiveram retração de 11,2% e as comercializações a vista caíram 16,6%.
De acordo com o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, os números indicam um aprofundamento da crise.
– A recessão está muito forte. Uma possível recuperação depende diretamente da melhora do cenário político e econômico – afirma Burti.
Ainda de acordo com o presidente da ACSP, as grandes redes de varejo estão intensificando as promoções e, inclusive, alongando o parcelamento das compras para atrair o consumidor.
Levando-se em consideração apenas os números de fevereiro, a queda média no movimento de vendas em São Paulo foi de 8,65% (-3,6% nas vendas a prazo e -13,7% nas vendas a vista) em comparação com o mesmo mês de 2015, ainda que este tenha tido um dia útil a mais.
Burti ressalta que, embora levemente acima da expectativa, o desempenho do mês foi fraco e, por isso, não é possível afirmar que há uma tendência de melhora para os meses seguintes.
– O Carnaval aconteceu muito cedo nesse ano e, com isso, deslocará outras datas como Semana Santa e Corpus Christi para meses diferentes que os de 2015, de maneira que haverá muita volatilidade nos dados do comércio varejista até o fim do primeiro semestre – adianta Burti.

Comércio de Ribeirão Preto tem queda de -3,16% no acumulado de 2015
Em Ribeirão Preto, as vendas do comércio tiveram uma redução média de -3,16% no acumulado de 2015 na comparação com o mesmo período do ano anterior que registrou queda de 0,46%. É o que aponta a pesquisa Movimento do Comércio realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp).
O ano de 2015 foi uim para o comércio, as vendas caíram em todos os meses. Os resultados negativos se intensificaram no segundo semestre, fechando o período com redução, inclusive, em dezembro. Os números apresentados se referem à comparação das vendas deste ano com os mesmos meses de 2014. Nenhum dos nove setores pesquisados escapou de fechar 2015 com resultado negativo, sendo que a maior queda anual foi de livraria/papelaria (-5,46%).
– Além da conjuntura econômica desfavorável, esse setor vem enfrentando um aumento da competitividade causada pela diversificação do mix de produtos de outros segmentos que também têm ofertado artigos de papelaria e material escolar, bem como a intensificação do comércio via internet – comenta Marcelo Bosi Rodrigues, economista do Sincovarp e responsável pela pesquisa.
O setor que apresentou a queda menos acentuada foi o de eletrodomésticos (-0,24%), resultado de um primeiro semestre em que as vendas se mantiveram no positivo entre fevereiro e agosto, amenizando as perdas.
A variação do emprego no comércio de Ribeirão Preto durante todo o ano foi predominantemente negativa, fechando com um resultado geral de redução no número de empregados de -0,46%. Apenas dois setores mostraram aumento no número de postos de trabalho em 2015, o maior volume de contratações líquidas ficou por conta de calçados com aumento médio de +0,76%. livraria/papelaria chamou atenção ao apresentar um crescimento médio de +0,28%. O setor de móveis ficou na neutralidade durante todo o ano e não apresentou alterações médias no número de funcionários.
– Apesar do resultado das vendas, livraria/papelaria preferiu manter os postos de trabalho para fazer frente à concorrência lançando mão do quesito atendimento. Todos os demais segmentos pesquisados apresentaram redução na média, demonstrando sinais de uma desesperança que começa a tomar conta do comércio varejista, uma vez que os lojistas não conseguem perceber reação do mercado no sentido de crescimento das vendas. Normalmente o movimento é negativo no início do ano, devido às dispensas dos temporários contratados para o final do ano anterior e fica positivo no final do ano, fechando sempre com saldo positivo. Em 2015 a movimentação de dispensas só não superou as admissões no mês de novembro devido as contratações de temporários, mas em todos os demais meses, inclusive dezembro, o saldo foi negativo”, diz Rodrigues.

Modalidades de pagamento – Os pagamentos por meio de cartão de crédito tiveram uma intensificação ainda mais forte, em detrimento, principalmente, da modalidade a vista.
– Esse movimento, embora confirme uma tendência já bem definida desde junho de 2000, ano em que começou a ser apurado pela pesquisa Movimento do Comércio, preocupa, pois demonstra a busca por parte do consumidor de uma ampliação no prazo de pagamento, que pode estar relacionada à diminuição de sua liquidez. Dizendo de outra forma, significa que o consumidor está sem dinheiro e como o crédito está cada vez mais caro, a tendência é no sentido de uma retração ainda mais forte das vendas – observa o economista.
Segundo Marcelo Bosi Rodrigues, o ano de 2015 foi muito ruim para toda a atividade empresarial do Brasil. Para o varejo de Ribeirão Preto não foi diferente. O resultado do ano, embora negativo, não dá a dimensão real do drama vivido pelos comerciantes durante esse ano.
– Este foi o segundo natal consecutivo com queda nas vendas e isso realmente abala o segmento. A redução no número de funcionários também é um forte indicativo de que a situação ficou insustentável, pois a dispensa de colaboradores representa não só um alto custo a ser pago no momento da demissão, mas um gasto ainda maior quando for necessário recontratar e treinar – diz.
Segundo Rodrigues, o cenário econômico segue indefinido e a palavra que mais se ouve hoje na economia brasileira é incerteza.
– Ninguém de fato tem convicção dos rumos que iremos tomar nos próximos meses. Colabora com isso o cenário político tenso e o internacional morno, além dos desdobramentos das investigações de corrupção no país. De tudo fica a boa notícia de que estamos vivendo uma transformação sem precedentes na história do Brasil e a esperança de que as consequências dessas mudanças sirvam para o amadurecimento das pessoas e melhoria das instituições – enfatiza.

Recuo de -3,36% em janeiro de 2016 – As vendas do comércio de Ribeirão Preto apresentaram uma queda de -3,36% em janeiro, em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Entre as empresas entrevistadas 65,3% responderam que as vendas de janeiro de 2016 foram piores do que em janeiro de 2015, 24,5% declararam o contrário e para 10,2%, os volumes de vendas se equipararam.
Entre os setores pesquisados apenas calçados apresentou resultado positivo, +1%, todos os demais setores apresentaram quedas. O pior resultado foi apresentado por eletrodomésticos (-7,16%), seguido por vestuário (-5,15%), livraria/papelaria (-5%), móveis (-4,60%), presentes (-4,28%), ótica (-2,73%), cine/foto (-1,50%) e tecidos/enxoval (-0,84%).
Com relação ao emprego houve um recuo médio de – 0,36%durante o mês de janeiro 2016. Entre as empresas entrevistadas 91,6% mantiveram os quadros funcionais inalterados, enquanto 6,3% demitiram e 2,1% contrataram. Os setores de eletrodomésticos, presentes e vestuário mostraram variações negativas nos quadros funcionais. Os resultados foram, respectivamente, de -2,50%,-1,29% e-1,19%. Apenas o setor de livraria/papelaria apresentou aumento do número de funcionários de +1,28%. Todos os demais segmentos não tiveram alterações nos quadros funcionais.
– Sem meias palavras, o que se tem observado é que o mercado simplesmente parou. Os consumidores, cada vez mais cautelosos, têm evitado qualquer tipo de consumo por impulso, quando vão até as lojas, analisam, especulam e só compram se estiverem realmente precisando e se o preço for de seu agrado. O cenário econômico, cada vez mais influenciado pelo quadro político, enche de dúvidas até mesmo os especialistas, deixando o leigo literalmente perdido e confuso. O fato é que ninguém sabe precisar até quando a economia ficará estagnada e, em momentos de dúvida, a única certeza é de que poucos se aventuram em investir ou consumir. A grande maioria prefere deixar para depois qualquer plano que possa envolver dispêndio financeiro – finaliza Rodrigues.

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