A B3, bolsa de valores de São Paulo, informou, nesta quarta-feira, que no ano passado cerca de 7,2 milhões de veículos novos e usados foram vendidos de forma financiada. De acordo com a B3, o montante representa alta de 20,4% em relação a 2023, com aumento de 1,22 milhão de unidades, o que inclui veículos leves, pesados e motos. Segundo o gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado na B3, Gustavo de Oliveira Ferro, esse desempenho pode ser explicado pelo aquecimento das vendas de veículos no varejo, pelo bom desempenho do mercado de trabalho, pelo aumento na concessão de crédito e pelos indicadores de inadimplência, que estão estáveis.
Considerando-se apenas dezembro, foram financiados 614 mil veículos, alta de 7,3% em relação a dezembro de 2023. Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2014, quando foram financiadas 625 mil unidades.
No segmento de autos e comerciais leves, o aumento foi de 19% em todo o ano passado. Já entre veículos pesados, o crescimento nesse período foi de 13,8%, enquanto o de motos apresentou elevação de 25%.
Na relação mensal, os financiamentos de autos e comerciais leves apresentaram alta de 5,5% em dezembro do ano passado em relação a dezembro de 2023. Nessa mesma comparação, o segmento de veículos pesados apresentou elevação de 12,2% e, o de motos, de 12,4%.
“Os resultados de 2024 confirmam um ano bastante positivo, com acréscimo de 1,2 milhão de veículos financiados em relação a 2023. Esta é a melhor marca desde 2011, quando atingimos 7,7 milhões de unidades”, disse o gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado na B3, Gustavo de Oliveira Ferro, por meio de nota.
Fenabrave
Já a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) informou também nesta quarta-feira que, em São Paulo, as vendas de veículos novos, considerando-se apenas os automóveis e comerciais leves (picapes e furgões), tiveram desempenho positivo em 2024, com crescimento de 14,02% em relação a 2023. Ao todo, foram emplacadas 2.484.740 unidades.
Somando-se a venda de ônibus e caminhões com a de comerciais leves, o resultado também foi positivo, com o emplacamento de 2.634.514 unidades, aumento de 14,15% em relação a 2023.
Quando se considera o emplacamento de todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), o crescimento foi de 15,49% no período, com a comercialização de 4.744.179 unidades.
Para 2025, a expectativa da Fenabrave é de crescimento de 7% no total, considerando-se todos os segmentos somados.
Em dezembro, a venda de automóveis e comerciais leves apresentou expansão de 1,04% em relação a novembro e de 3,01% na comparação com dezembro de 2023, totalizando 243.691 unidades emplacadas.
No total de todos os segmentos, houve aumento de 2,11% em relação a novembro e de 7,11% em relação a dezembro de 2023, somando 428.415 unidades.
“O resultado positivo de 2024, com crescimento de 14,15% na venda de veículos novos, pode ser explicado principalmente pela oferta de crédito, que se expandiu com a aprovação do Marco Legal das Garantias”, disse o novo presidente da Fenabrave, Arcelio Alves dos Santos Júnior.
Para ele, “com certeza, a aprovação do Marco Legal das Garantias foi um fator super importante porque volta na questão do crédito, que é fundamental para o nosso setor”.
Além disso, destacou, o resultado do setor também sofreu influência do crescimento do Produto Interno Bruto e do agronegócio.
Em todo o ano passado, mais de 2,6 milhões de unidades de veículos novos foram comercializados, apontou o balanço do setor. Considerando-se apenas os automóveis e comerciais leves (como picapes e furgões) o crescimento foi de 14,02% em relação a 2023, com o emplacamento de 2.484.740 unidades.
Para 2025, a Fenabrave projeta uma desaceleração motivada por uma alta na taxa de juros, com crescimento em torno de 5% nas vendas de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões. Além disso, o setor espera crescimento de 7% na venda total de veículos, o que incluiria também motocicletas e implementos rodoviários. A entidade reforçou, no entanto, que essa é uma projeção “conservadora”.
“Esperamos que, apesar do nosso conservadorismo, possamos revisar os números. Acreditamos que, se as condições econômicas melhorarem, especialmente vinculadas a juros e taxa cambial, possamos rever o número até para cima”, disse.
Matéria atualizada, às 16h45, para acrescentar opinião do presidente da federação e, às 19h17, para inserir informações da B3.
Com informações da Agência Brasil