Vendas de cimento apresentam leve recuperação no semestre

Franquias do segmento de casa e construção cresceram 15,8% no primeiro trimestre do ano passado

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Loja de material de construção (Foto: Charles Damasceno/Ag. Sebrae)
Loja de material de construção (Foto: Charles Damasceno/Ag. Sebrae)

Após um primeiro semestre marcado por um cenário de juros e endividamento das famílias elevados e eventos climáticos extremos, com chuvas intensas no Sul e seca no Centro-Oeste e Norte, as vendas de cimento acumularam alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2023, com a comercialização de 30,6 milhões de toneladas nos seis primeiros meses do ano. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).

Segundo a entidade, o mês de junho atingiu 5,4 milhões de toneladas de vendas, registrando um aumento de 2,1% se comparado ao mesmo mês do ano anterior.

“Ao se analisar o despacho de cimento por dia útil de 238,8 mil toneladas, há um aumento de 4,6% sobre junho do ano passado e de 1,1% em relação ao primeiro semestre de 2023. Os principais indutores do consumo de cimento desaceleraram no período em virtude da dificuldade no acesso ao crédito, em meio a taxa de juros ainda elevada, redução de lançamentos e operações de financiamento imobiliário”, diz o estudo.

A confiança da construção apresentou estabilidade em junho registrando maior otimismo que em dezembro de 2023. No entanto, essa melhora na atividade expôs a dificuldade com a mão de obra, o que já está impactando os custos de obras. A expectativa do mercado pelo fim do ciclo de queda da Selic em 2024 deve arrefecer o ânimo dos negócios nos próximos meses.

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Houve, também, um maior otimismo na confiança da indústria e do consumidor que avançou em junho. Os resultados foram influenciados tanto pela melhora da percepção sobre a situação atual quanto pelas expectativas para os próximos meses.

“Mesmo após o primeiro semestre do ano surpreender positivamente o mercado com a queda do desemprego e aumento no rendimento da população, a interrupção do clico de queda da Selic, a piora nas expectativas inflacionárias e da situação fiscal do governo, somado ao ambiente externo mais adverso, principalmente no que tange à queda de juros nos EUA geram incertezas para o resto do ano. O câmbio elevado traz uma preocupação com relação a aumento de custos de produção do cimento, principalmente do coque de petróleo, matéria prima essencial na geração de energia no processo produtivo”, segundo o Snic.

A expectativa do setor é de melhora para os próximos meses, impulsionada pelas obras do Programa Minha Casa, Minha Vida, de grandes leilões de saneamento e da retomada dos investimentos em infraestrutura. Por outro lado, os recentes cortes de recursos e redução de investimentos afetam importantes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que desempenha um papel importante para demanda por cimento.

Em relação aos investimentos previstos em rodovias, o Brasil possui 1.721 mil km de estradas e rodovias, isso faz do país o dono da quarta maior malha rodoviária do mundo. Entretanto há um dado alarmante: somente 12,4% da malha viária é pavimentada. E há ainda uma efetiva expectativa do setor com relação a Lei 14.871/24, que busca a modernização do parque industrial brasileiro por meio de depreciação acelerada de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos destinados ao ativo imobilizado.

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento de franquias de casa e construção cresceu 15,8% no primeiro trimestre de 2024, com faturamento que ultrapassou os cerca de R$ 4,4 bilhões.

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