A pandemia do Covid-19 paralisou quase que completamente os negócios imobiliários em São Paulo. A conclusão é da pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Crecisp) feita na semana entre 20 e 24 de abril, com o intuito de determinar os impactos da pandemia pelo Coronavírus no mercado imobiliário.
Quase a metade (47,5%) dos que responderam ao questionário é de profissionais autônomos que foram os mais afetados pelo isolamento social determinado pelo governo. Em segundo lugar, estão os proprietários de escritórios de pequeno porte (29,2%), os de médio porte (14,3%) e somente 9% representam os grandes escritórios.
Para 43,1% dos que responderam a pesquisa, não houve vendas desde o início da quarentena. Somam-se a esse percentual, os 18,4% que acreditam que 90% das transações estão paradas; e 9,6% que julgam que houve uma paralisação de até 80% nas negociações.
Embora um grande percentual dos corretores que responderam o levantamento não atue no segmento de locações (41%), dos que trabalham com aluguel, 16,9% acham que também houve uma paralisação total nessas transações; 11,8% acham que diminuíram mais de 90% e 6,3% pensam que houve uma retração em mais de 80% nos novos contratos.
O estudo do Conselho registrou, ainda, que a maioria dos participantes está obedecendo às determinações de isolamento e atendendo seus clientes somente de modo remoto. 22,5% não estão realizando atendimentos e 14,1% dos entrevistados estão encontrando seus clientes pessoalmente.
Entretanto, os clientes também estão optando pelo contato remoto com os corretores: 40,9% procuraram os profissionais por meio da internet e 26,3% se valeram do telefone para o contato.
Um percentual de 74% dos corretores entrevistados não fecharam nenhuma venda desde o início do isolamento e dos que concluíram transações, 16,3% afirmaram que elas foram feitas via financiamento bancário. Somente 3,9% dos entrevistados transacionaram vendas à vista.
Os compradores estão encontrando dificuldades para a contratação de financiamentos imobiliários: 37,7% dos entrevistados afirmaram que não está havendo liberação por parte dos bancos e 28% acreditam que ela está mais demorada.
Para 78,8% dos entrevistados os clientes estão com grandes dificuldades para o pagamento das parcelas de financiamento.
Quanto à inadimplência nos aluguéis, 46,4% dos corretores que responderam à pesquisa afirmaram que já foram consultados para uma possível prorrogação de prazo para pagamento das locações por conta da pandemia.
A pesquisa realizada pelo Crecisp teve uma ótima receptividade por parte dos profissionais: 97,2% se dispuseram a continuar participando dessas iniciativas do Conselho.
O conselho recebeu as respostas de 8.006 profissionais de todo o estado, em um contingente de 130 mil inscritos ativos, o que representa cerca de 6,15% dos corretores ativos paulistas.