Pesquisa de Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) junto às incorporadoras associadas, apurou em agosto a comercialização de 9.744 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. Com o resultado, o volume vendido no acumulado em 12 meses (setembro de 2023 a agosto de 2024) foi de 92,5 mil unidades.
O Valor Global de Vendas (VGV) totalizou R$ 4,2 bilhões no mês e atingiu R$ 49,5 bilhões no acumulado de 12 meses – valores deflacionados pelo Índice Nacional de Custo de Construção – Disponibilidade Interna (INCC-DI), da Fundação Getúlio Vargas, referente a agosto de 2024.
O indicador de Vendas Sobre Oferta (VSO), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, foi de 15,3% em agosto. Em 12 meses, o VSO atingiu 61,0%.
De acordo com a pesquisa Secovi-SP, a cidade de São Paulo registrou em agosto o lançamento de 9.036 unidades residenciais novas. No acumulado de 12 meses, foram lançadas na capital paulista 90,9 mil unidades.
O mercado imobiliário da capital paulista encerrou o oitavo mês do ano com a oferta de 54,0 mil unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (setembro de 2021 a agosto de 2024). No mês, o Valor Global da Oferta (VGO) totalizou R$ 37,9 bilhões.
Os imóveis de dois dormitórios destacaram-se no mês de agosto em quase todos os indicadores: 71% dos lançamentos (6.448 unidades), 63% das vendas (6.090 unidades), 62% da oferta (33.691 unidades), 48% do VGV (R$ 2.026,7 milhões) e 37% do VGO (R$ 13,89 bilhões). O maior VSO (19,8%) foi das unidades de um dormitório.
Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil apresentaram melhor desempenho em quase todos os indicadores: 69% dos lançamentos (6.250 unidades), 58% das vendas (5.653 unidades), 52% da oferta (28.058 unidades), 38% do VGV (R$ 1.598,9 milhões) e 23% do VGO (R$ 8,7 bilhões). O maior VSO (20,9%) foi para a faixa de área com menos de 30 m².
Os imóveis com valores até R$ 264 mil participaram com 38% dos lançamentos (3.448 unidades), 39% das vendas (3.769 unidades), 29% da oferta (15.512 unidades) e apresentaram o maior VSO (19,5%). O maior VGV ficou com os imóveis na faixa entre R$ 350 mil e R$ 700 mil, com 23% (R$ 958,1 milhões). Já o maior VGO foi dos imóveis com preço acima de R$ 2,1 milhões que tiveram participação de 35% (R$ 13,3 bilhões) do total.
A partir de julho de 2023, foi atualizada a faixa de preços dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida alterando o limite de R$ 264 mil para R$ 350 mil na cidade de São Paulo. Para segmentar os imóveis econômicos, o Secovi-SP elegeu as faixas de preço enquadradas nos parâmetros do programa.
Em agosto, 67% dos lançamentos e 59% das vendas foram de imóveis enquadrados como econômicos (pelo Minha Casa, Minha Vida), correspondendo, em termos absolutos, 6.036 unidades lançadas e 5.786 unidades vendidas. A oferta disponível para a venda deste tipo de imóvel somou 25.322 unidades (47%), com VSO de 18,6%. Os outros mercados registraram 3 mil unidades lançadas, 3.958 unidades vendidas, oferta final de 28.752 unidades e VSO de 12,1%.
A Zona Sul da cidade de São Paulo foi destaque no mês, com participação de 30% (2.896 unidades) nas vendas, de 32% na oferta final (17.418 unidades), 35% em VGV (R$1.485,1 milhões) e 38% de VGO (R$ 14,5 bilhões). A Zona Oeste teve o maior VSO (18,3%) e a Zona Leste registrou o maior volume de lançamentos, com 3.902 unidades e participação de 43%.
Mesmo com o recente aumento da Selic para 10,75%, o Minha Casa Minha Vida segue como uma opção vantajosa para quem deseja investir na casa própria. No programa habitacional do Governo Federal, as taxas de juros são calculadas com base na renda bruta familiar, o que mantém o financiamento acessível, especialmente para famílias com renda entre R$ 2.850 mil e R$ 8 mil.
Paulo Antonio Kucher, vice-presidente comercial da Lyx Participações e Empreendimentos, ressalta que as condições do Minha Casa Minha Vida permitem que as parcelas do financiamento sejam menores e menos suscetíveis a variações, mesmo em períodos de juros elevados. Além disso, existe um redutor de 0,5% na taxa para quem comprova a titularidade de uma Conta Vinculada do FGTS com, no mínimo, 36 meses de trabalho.
Mesmo com a alta dos juros, o investimento na casa própria ainda se mostra uma opção atraente, principalmente para quem faz parte do Minha Casa Minha Vida. O programa oferece condições diferenciadas, como subsídios e juros abaixo do mercado, protegendo parcialmente as famílias de baixa renda das oscilações econômicas. Kucher explica que, mesmo com a Selic elevada, o financiamento costuma ser mais vantajoso do que continuar pagando aluguéis inflacionados.
“Enquanto a Selic impacta fortemente o mercado imobiliário geral, elevando os custos dos financiamentos de imóveis fora do programa, o Minha Casa Minha Vida oferece estabilidade e previsibilidade para quem deseja sair do aluguel”, pontua. O programa ainda se destaca frente aos aluguéis, que são reajustados pelo IGP-M, uma taxa que tem se mostrado mais volátil e elevada do que a Selic.
Kucher aponta que, além das vantagens financeiras, o investimento na casa própria representa uma oportunidade de valorização patrimonial no longo prazo.
“Mesmo com a alta dos juros, comprar um imóvel é uma escolha estratégica, especialmente para quem busca estabilidade e quer escapar da alta constante dos aluguéis”, afirma.