Os microempreendedores e autônomos continuam a acumular resultados ruins em 2022. Segundo o Índice SumUp do Microempreendedor (ISM), a atividade econômica do setor caiu 9,14% em abril ante março de 2022, atingindo 62,67 pontos. Em relação a abril de 2022, a queda foi maior: 16,42%. Ainda de acordo com o estudo, os dados de abril representam o segundo pior resultado do ISM em um ano, superando apenas o registrado em fevereiro.
O ISM mostra um retrato fiel da realidade econômica do Brasil, pois reflete as relações de consumo das classes mais pobres, que são a maioria no país. Só para se ter uma ideia, o último levantamento do IBGE mostrou que há mais de 24,5 milhões de profissionais autônomos no país.
Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas e um dos responsáveis por formular o índice, aponta que o recuo em relação ao ano passado tem a ver com a menor renda das famílias.
“Essa queda na renda é causada por duas razões. A primeira é o desemprego, que, embora tenha caído, está em um patamar elevado. A segunda é a desvalorização do poder de compra dos consumidores, que estão pressionados pela inflação. Tudo isso faz com que as pessoas tenham que ‘apertar’ o orçamento e consumir menos, o que puxa para baixo o ISM. Em relação à queda ante março, há ainda um fator sazonal: tivemos dois feriados prolongados em abril que causaram uma queda expressiva nas vendas”, diz.
Balanço obtido pelo Sebrae revela que 255,7 mil empresas de micro e pequeno porte aderiram ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp), que teve prazo de adesão encerrado na última sexta-feira. Esse número corresponde a um pouco mais de 75% das 340 mil micro e pequenas empresas que tinham optado pelo Simples Nacional em janeiro de 2022, mas que se encontravam com pendências de débitos.
Ainda de acordo com o levantamento, 124,6 mil MEI também aproveitaram a oportunidade para regularizar suas pendências com melhores condições de pagamento. Somando todas as opções por porte, 380,3 mil donos de pequenos negócios aderiram ao Relp.
Os estados do Ceará, Amapá, Bahia, Santa Catarina, Rondônia e Tocantins bateram mais 100% da meta de adesões ao Relp no período de 29 de abril a 3 de junho. Já Acre, Pernambuco e Mato Grosso não chegaram a 50% da quantidade esperada de pedidos para inclusão no Relp.
Os empreendedores que optaram pelo programa podem quitar seus débitos com descontos proporcionais às perdas de faturamento registradas durante a pandemia. A expectativa é que seja possível reduzir ou até mesmo liquidar multas, juros e encargos, além de também parcelar as dívidas em até 15 anos.
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