Vendas de novos imóveis subiram 32,6% em 2023; MAP tem bom desempenho

Mais de 163 mil unidades foram comercializadas; já preço do aluguel no Rio desacelera e atinge menor patamar em um ano

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Imóveis (Foto: Aislan Loyola)
Imóveis (Foto: Aislan Loyola)

De janeiro a dezembro de 2023, o mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento total de 32,6% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior. O bom desempenho das comercializações, totalizando 163.108 unidades, foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, estabelecendo assim um novo recorde da série histórica iniciada em 2014. Os dados são de indicador da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), levantamento realizado com 20 empresas associadas.

O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) continua a apresentar bom desempenho nas vendas, com alta de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9% no valor de vendas. Apesar de uma redução de 9,2% no valor total lançado nesse segmento, há uma indicação clara de uma readequação gradual nos níveis de estoque do Médio e Alto Padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 17 meses, contra os 24 meses registrados no início de 2023.

O Minha Casa, Minha Vida apresentou aumentos no volume de unidades comercializadas (42,2%) e no valor total de vendas ao longo dos 12 meses (55,1%). O segmento também registrou um acréscimo significativo de 39,3% no valor de venda dos lançamentos. O bom resultado do programa reflete as medidas de ajuste para ampliar o acesso das famílias de menor renda à moradia. Além disso, reforça a necessidade de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda, possibilitando a oferta de taxas de juros menores e parcelas acessíveis.

A relação distrato sobre venda no MAP segue em um baixo patamar (11,8%), ressaltando a eficácia do marco legal estabelecido em 2018. Para se ter uma ideia, quando a Lei dos Distratos foi sancionada, essa relação era de cerca de 40%.

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O presidente da Abrainc, Luiz França, destaca a resiliência como elemento central no panorama imobiliário de 2023.

“Frente a um desafiador início de ano no contexto macroeconômico, com repercussões em diversos setores, os ajustes nos indicadores econômicos e as melhorias substanciais no programa Minha Casa, Minha Vida desempenharam papéis determinantes no bom desempenho do setor no último ano”.

França enfatiza que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um impulsionador significativo para o desenvolvimento desse setor crucial para a economia, responsável por 11% dos empregos formais do país, 9% dos impostos gerados no Brasil e pela dinamização de 97 atividades econômicas. “Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários”, justifica.

Já de acordo com o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, o mercado residencial de aluguel no Rio de Janeiro começa a dar sinais de desaceleração nos primeiros meses deste ano. Os dados indicam que a alta dos novos contratos de aluguel atingiu 16,16% nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro. Foi o menor patamar registrado desde fevereiro de 2023.

Os números mostram que a alta dos preços para o consumidor tem diminuído gradativamente. Em julho, o acumulado em 12 meses atingiu o ápice (18,68%). Desde então, vem caindo lentamente mês a mês.

Entre os tipos de imóveis monitorados pela pesquisa, os de um e três dormitórios impactaram para esse movimento de desaceleração, em linha com o resultado da cidade. Os residenciais de dois quartos registraram movimento oposto, com o maior acumulado em 12 meses registrado desde março de 2020.

“O mercado imobiliário vem dando sinais de desaceleração desde o fim do ano passado, num movimento que se concretizou nos últimos meses. O Rio ainda tem uma alta mais expressiva dos preços do que outras capitais” destaca Pedro Capetti, especialista em dados do Grupo QuintoAndar.

Apesar da redução do ritmo de crescimento, o preço médio do metro quadrado chegou a R$ 39,51 – 1,43% acima do registrado em janeiro. É o maior valor registrado em toda a série histórica, iniciada em abril de 2019. É também o 30º mês consecutivo de alta nos preços. Desde agosto de 2021 a capital fluminense não observa redução no valor do metro quadrado.

O estudo também mostra que o desconto médio das transações feitas em fevereiro foi de 2,6% – 0,3 ponto percentual acima do valor registrado no segundo mês do ano em 2023.

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