Vendas do comércio encerraram ano com baixa histórica de 12,2%

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Shopping vazio (Foto: ABr/arquivo)
Shopping vazio (Foto: ABr/arquivo)

O Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian registrou a maior retração de toda a série histórica do índice, iniciada em 2001. Após encerrar com alta em dois anos consecutivos a atividade do comércio tem queda de 12,2% no acumulado anual de 2020 em comparação a 2019. Nenhum dos segmentos escapou dos números negativos, entretanto, os comerciantes de veículos, motos e peças tiveram a baixa mais acentuada, com -16,2%. A movimentação dos segmentos torna essa priorização mais visível. Dívidas e compromissos a longo prazo, como o financiamento de um veículo, foram os primeiros a serem adiados, a compra de itens para vestuário também perdeu apelo durante o ano.

O comparativo interanual (dezembro de 2019 contra o mesmo mês de 2020) apresenta queda de 3,5% nas vendas do comércio brasileiro. Depois de nove meses seguidos de retrações, essa é a menor baixa do ano desde fevereiro, quando o índice ainda registrava crescimento. Em relação aos segmentos, todos demonstraram recuo, com destaque para tecidos, vestuário, calçados e acessórios, que caiu 11,8%.

Já balanço de vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para o mês de fevereiro apontou tendência de maior movimentação no comércio: aumento de 1,3% nas vendas comparadas com janeiro, mas, se relacionadas com o mesmo mês de 2020, houve queda de 6,1%. O estudo mostra que há uma momentânea tendência de crescimento na movimentação do varejo para os próximos meses, o que não significa que o setor esteja aquecido.

Um dos principais índices comparativos para mostrar se há crescimento ou queda nas vendas é a equiparação com o período similar do ano anterior. E neste caso, a relação é de cenário com a pandemia este ano e sem a pandemia no ano passado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia em 11 de março de 2020. Depois, no dia 24 do mesmo mês, o governo de São Paulo anunciou a quarentena e determinou o fechamento do comércio não essencial em todo o estado.

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Foi a partir do fim de março do ano passado que os comerciantes começaram a sentir o impacto causado pelo coronavírus

As vendas de janeiro deste ano só não foram piores porque houve a Sampa Week, período de promoções de produtos e serviços que foi prorrogado até o último dia 12 de fevereiro. Em janeiro, houve restrições no funcionamento do comércio em todo o estado, como a diminuição do tempo de abertura dos estabelecimentos considerados de serviços não-essenciais em dias úteis, além também da reclassificação do estado para a fase vermelha do Plano São Paulo de Flexibilização da Economia, das 20 às 6 horas durante a semana e nos finais de semana de 30 e 31 janeiro.

Em 2020, o varejo da capital paulista acumulou perdas. Em março e abril as quedas registradas foram de 47,2% e 51,8%, respectivamente sobre os meses anteriores. De maio a dezembro, a variação negativa começou a diminuir mês a mês (+5%; +35,1%; +19,8%; +24,8%; +20,8%; +21,8% e +17,1%, +18,4%). Em janeiro, voltou a cair (-38,7%), mas esta queda, independentemente de restrições impostas pela pandemia, é totalmente normal já que as vendas de dezembro, por conta do Natal, sempre serão muito maiores do que as de qualquer início de ano.

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