Vendas do Dia das Mães devem movimentar R$ 14,37 bilhões em 2025

Segundo a CNC, número representa crescimento de 1,9% ante ano passado, mas crédito mais caro preocupa o varejo; venda online deve bater recorde

170
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)

Com projeção de aumento de 1,9% em relação às vendas do ano passado, o Dia das Mães de 2025 deve movimentar R$ 14,37 bilhões, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar do avanço, o número é considerado tímido para a segunda data comemorativa mais importante do varejo e pode ser explicado pelo encarecimento do crédito.

O ramo de vestuário, calçados e acessórios deve liderar mais uma vez o ranking da preferência do consumidor, com previsão de faturamento de R$ 5,63 bilhões, o que representa um crescimento de 6,2% no comparativo com 2024. Em seguida, aparecem os segmentos de farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (R$ 3,02 bilhões) e estabelecimentos especializados na venda de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,85 bilhão). Informática e comunicação, móveis e eletrodomésticos e utilidades domésticas, segmentos mais dependentes de crédito, devem apresentar retração, com quedas de 2,9%, 4,4% e 6,0%, respectivamente.

Atualmente, a taxa média de juros das operações com recursos livres destinados às pessoas físicas se encontra no maior patamar desde agosto de 2023, em 56,3% ao ano, de acordo com o Banco Central.

A inflação também pesa no bolso do consumidor. A cesta típica de consumo da data comemorativa deverá apresentar alta de 5,8% este ano, frente aos 2,5% registrados em 2024. Produtos como joias (33,7%), chocolates (21,5%) e perfumes (9,8%) lideram o aumento de preços. Em contrapartida, eletrodomésticos como fogões e refrigeradores devem ficar até 2,8% mais baratos.

Espaço Publicitáriocnseg

Por estados, São Paulo, com R$ 4,77 bilhões de faturamento, Minas Gerais, com R$ 1,79 bilhão, e Rio de Janeiro, com R$ 1,59 bilhão, devem concentrar 57% do volume total de vendas no país. Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal também se destacam por aparecerem com expectativas de crescimento acima da média nacional (5,6%, 5,5% e 5,1%, respectivamente), impulsionadas pelo maior dinamismo econômico observado nesses estados.

A data comemorativa ainda deve gerar 29,73 mil vagas temporárias, superando os 28,36 mil postos criados em 2024. Entretanto, a taxa de efetivação dos trabalhadores deve cair de 29% para 20%, acompanhando o ritmo mais lento de crescimento das vendas. Os Estados de São Paulo (8,6 mil), Minas Gerais (3,3 mil) e Rio de Janeiro (2,3 mil) devem ser os maiores demandantes por temporários.

Já levantamento da plataforma Seconds projeta que o tíquete médio do Dia das Mães saltará para R$ 173,64 em 2025, superando em 5,13 % o valor de 2024 (R$ 169,46) e consolidando a data como a segunda mais importante do varejo, atrás apenas do Natal.

O estudo registrou significativos avanços nas vendas dos últimos dois anos neste mesmo período:

em 2023, 3,68 milhões de vendas e R$ 609,2 milhões em transações; e em 2024, salto para 6,94 milhões de vendas (88,3%) e R$ 1,17 bilhão em volume transacionado (93,1%).

O comportamento do consumidor também reforça o otimismo do setor. Em 2023, o destaque foi para casa, móveis e decoração, seguida por saúde e beleza, com os três produtos mais vendidos nesse período foram: kits de óleos e hidratantes (53,2%), kit de toalhas (22%), e perfume ou kit de perfume e hidratante (21,7%). Com um tíquete médio de R$ 165,17, o setor já indicava sinais de aquecimento e diversificação de categorias.

Já em 2024, além da permanência de itens para casa, o segmento de roupas e acessórios liderou com 45,7% das vendas, seguido por chocolates e cestas gourmet (22,9%) e itens de decoração (18%), e o tíquete médio aumentou para R$ 169,46.

Já a projeção para 2025 é de um tíquete médio de R$ 173,64, revelando crescimento de 5,13% no valor médio das transações. Além disso, a projeção da plataforma revela otimismo e vendas em ascensão. São esperados, neste ano, 9 milhões de vendas e R$ 2,27 bilhões em transações.

Ainda segundo o levantamento, itens de autocuidado (óleos, hidratantes, perfumes) que dominaram 2023 perderam espaço para experiências de moda em 2024. Chocolates e cestas premium estrearam no top 3 (22,9 %), indicando apelo emocional somado a conveniência. E mesmo com variação de tendências, casa, móveis & decoração manteve o primeiro lugar por dois anos consecutivos.

Para 2025, kits híbridos (roupa e item de decoração) devem ganhar vitrines, capitalizando no desejo de presentear com algo tangível e com significado estético. Além disso, vendedores que utilizam dashboards preditivos poderão ajustar preços em tempo real, capturando a alta demanda nas duas semanas que antecedem a data. E a projeção de tíquete médio em R$ 173,64, 5,13% maior do que o ano anterior, reflete inflação moderada e maior disposição a comprar produtos de valor agregado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui