Entre os dias 1º e 15 de agosto, o movimento de vendas do varejo recuou 9,5% (média dos sistemas à vista e a prazo) na capital paulista, sobre o mesmo período de 2015. É o que mostra o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O resultado é termômetro do desempenho do comércio no Dia dos Pais, já que a quinzena em questão antecedeu a data comemorativa.
As vendas à vista apresentaram forte retração, de 12,7%, na mesma base de comparação. “Foram impactadas pelas quedas do poder aquisitivo e dos salários, e pela inflação alta dos alimentos, obrigando o consumidor a destinar recursos apenas a suas necessidades básicas”, avalia Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Já as vendas a prazo (-6,3%) caíram menos em razão de algumas facilidades de obtenção de crédito, como o parcelamento sem entrada – apesar de o crédito ainda estar caro e escasso.
– O resultado está dentro de nossa expectativa. A queda ainda é forte, mas há uma ligeira propensão a vermos retrações menos intensas nos próximos meses – diz Burti, para quem essa tendência a leve melhora se deve à possível estabilização da confiança do consumidor. Outro fator que pode ajudar é que, a partir de agosto de 2015, as quedas se intensificaram muito, chegando à casa dos dois dígitos. Ou seja, nos próximos meses de 2016, a base de comparação anual ficará cada vez mais fraca e, assim, os números podem melhorar.
O Balanço de Vendas da ACSP revela que quem presenteou os pais no último domingo optou por produtos de menor valor e comprados à vista, como roupas, calçados e itens de uso pessoal. Isso porque as comercializações à vista aumentaram 11,4% na primeira quinzena de agosto em relação à primeira quinzena de julho. Porém, esse resultado é sazonal – já que julho não contou com data comemorativa – e está abaixo da média para esta época (+13%).
As vendas a prazo recuaram 3% na mesma base de comparação, mostrando que os pais não ganharam presentes duráveis, de maior valor e comercializados a crédito.
– O consumidor não quer novas dívidas – frisa o presidente da ACSP.
Anunciantes veicularam mais de três mil comerciais no mês que antecedeu a data
Entre 15 de julho e 13 de agosto, as marcas que veicularam campanhas do Dia dos Pais investiram R$ 43 milhões em compra de espaço publicitário na televisão, o que significa um recuo de 33% com relação ao mês que antecedeu a celebração no ano passado. O levantamento da Kantar Ibope Media foi realizado em 10 mercados (Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e identificou que 49 milhões de pessoas foram atingidas pelos mais de três mil comerciais exibidos. Cada indivíduo assistiu, em média, a 17 comerciais relacionados.
Os dados são do VideoTrack, solução que permite a análise da eficiência das campanhas em televisão, considerando os resultados de alcance (número de pessoas atingidas) e de frequência (quantas vezes, em média, cada pessoa assistiu ao comercial).
Entre os mercados com maior volume de investimento publicitário neste período, São Paulo concentrou 50% da verba em TV, seguido por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Campinas, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília.
O Boticário, Lojas Riachuelo, Johnson & Johnson, Pernambucanas e Caedu foram os anunciantes que mais investiram em TV aberta no período.
Os resultados têm como base o volume de espaço ocupado em publicidade pelos anunciantes em TV aberta e a tabela de preços dos veículos, desconsiderando descontos e negociações. Para esse estudo foram considerados somente os comerciais cuja versão estava relacionada ao Dia dos Pais.
