O varejo no Estado de São Paulo fechou 2024 com um desempenho excepcional, com o volume total de vendas alcançando R$ 1,42 trilhão – alta de 9,3% em comparação a 2023. É o maior faturamento da série histórica iniciada em 2008 e a maior taxa de crescimento desde 2021. Em termos absolutos, esse desempenho representa R$ 121 bilhões a mais em receitas em relação ao ano anterior. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), a partir de informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
No mês de dezembro, as vendas do varejo avançaram 7,3% em comparação ao mesmo período de 2023, e também atingiram a maior cifra – R$ 138,6 bilhões – para um mês desde o início da série histórica. Na visão da Fecomércio-SP, essa performance favorável é reflexo, principalmente, do mercado de trabalho aquecido, que resulta em um aumento no contingente de pessoas com capacidade de consumir, além de fatores como expansão do crédito e aumento da renda, que culminaram em uma forte propensão ao consumo no segundo semestre, impulsionada pela Black Friday, pelas compras de final de ano e pela injeção do 13º salário.
“Outro fator que contribuiu para o resultado positivo foi o avanço da digitalização e omnichannel, já que as empresas seguiram apostando na integração entre lojas físicas e online, ampliando o alcance das vendas”, afirma Fabio Pina, assessor econômico da entidade.
De acordo com a pesquisa da Fecomércio-SP, as nove atividades pesquisadas encerraram 2024 com alta no faturamento, em comparação a 2023. As maiores variações ocorreram nas vendas das concessionárias de veículos (17,9%) e das lojas de autopeças e acessórios (14,3%). Destaque também para as farmácias e perfumarias (11,7%), lojas de vestuários, tecidos e calçados (10,7%) e móveis e decoração (10,5%).
O varejo do município de São Paulo também fechou 2024 com resultado positivo, exibindo um crescimento de 9,9% em relação ao ano anterior e batendo o recorde de faturamento com uma receita de R$ 441,4 bilhões em 2024, cerca de R$ 39,7 bilhões acima do apurado em 2023. Em dezembro, a capital teve um aumento de 6,8% nas vendas, atingindo a cifra de R$ 43,4 bilhões no mês, também a maior receita mensal da série histórica.
“Embora a Federação mantenha uma visão otimista para esse primeiro trimestre, principalmente por conta do desempenho do mercado de trabalho, a entidade recomenda uma certa dose de cautela aos empresários na realização de investimentos e na formação de estoques”, diz nota da entidade.
Na visão da Fecomércio-SP, o ano de 2025 deve ser extremamente desafiador, considerando a atual conjuntura de inflação acima do teto da meta e o ciclo de alta da taxa Selic, que já estão afetando a confiança dos consumidores e devem influenciar as vendas ao longo do ano. As vendas das concessionárias de veículos e de materiais de construção, que comercializam bens duráveis, em que a venda normalmente depende de crédito e compromete a renda ao longo de vários meses, já mostraram sinais de desaceleração no último trimestre do ano. Nesse contexto, “empresas do setor precisarão ajustar suas estratégias para manter a competitividade e preservar margens em um possível cenário de menor crescimento em 2025”, recomenda Fabio Pina.
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