Vendas e locações driblam crise e crescem em SP

213

Após dois meses de queda, as vendas de imóveis residenciais usados do Estado de São Paulo começam a inverter o rumo dos negócios. Pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) relativa ao total de casas e apartamentos vendidos em abril/maio mostrou um aumento de 28,81% em relação aos resultados de março (negativos em 40,38% ante fevereiro).

Também em fevereiro, já havia sido detectada queda de 10,82% na comparação com janeiro, e os índices de abril/maio podem mostrar sinais discretos de recuperação para o segundo semestre. O levantamento foi feito com 868 imobiliárias em 37 cidades do interior, litoral e Grande São Paulo, incluindo a capital.

As locações também reagiram positivamente no bimestre abril/maio, com alta de 21,02% no volume de novos contratos quando comparado a março – cujo índice havia sido de (-39,75%) ante fevereiro.

Para o presidente do Conselho, José Augusto Viana Neto, a linha ascendente pode indicar que, após o susto inicial proporcionado pela pandemia e o isolamento social, os clientes buscaram uma adaptação ao novo normal, com muitos negócios sendo fechados pela internet.

Espaço Publicitáriocnseg

"Mesmo com a quarentena, a construção civil continuou trabalhando, os imóveis continuaram a ser financiados e os corretores perceberam que a tecnologia poderia fornecer novas ferramentas e oportunidades. Até nas questões administrativas, aceleramos muito nosso processo de aprendizagem. Em quatro meses, amadurecemos cinco anos."

Nos meses de abril e maio, a capital e a Grande São Paulo apresentaram retração nas vendas de imóveis residenciais usados de (-33,59%) e (-8,26%), respectivamente. Em contrapartida, um número maior de casas e apartamentos foi vendido no interior (54,53%) e no litoral (107,35%).

"Esse crescimento, especialmente no Interior e no Litoral, mostra uma tendência de interesse maior por imóveis mais distantes da capital, que à época era o epicentro da Covid-19", explicou Viana.

Houve quase um empate entre o percentual de imóveis vendidos à vista (46,22%) e os financiados (46,51%, sendo 26,29% pela Caixa e 20,32% por outros bancos). Apenas 6,37% das vendas foram por meio de pagamento parcelado diretamente com o proprietário do imóvel e 0,80% por consórcios. A preferência dos compradores também ficou bem equilibrada: as casas responderam por 49,40% e os apartamentos por 50,60% dos novos negócios.

Em todo o estado, 61,75% dos imóveis vendidos estavam na faixa de até R$ 300 mil e o valor médio de venda ficou 14,85% menor em abril/maio na comparação com março.

A análise estadual feita pelo Creci-SP percebeu um aumento no número de novos contratos assinados entre abril/maio quando comparados a março. A capital foi a única região do Estado que apresentou queda na quantidade de novos contratos: (-23,49%). No interior, esse índice subiu 33,82%; no litoral, 89,65% e na Grande São Paulo, 32,68%, confirmando o interesse maior também dos inquilinos por imóveis distantes da cidade de São Paulo nesse período.

A garantia locatícia mais utilizada foi o fiador, que respondeu por 49,64% das locações. Na sequência, vieram o depósito em poupança de três meses de aluguel (21,42%), a caução de imóveis (12,47%) e o seguro fiança, com 11,31% dos contratos.

O total de cancelamentos de contratos de locação nesses dois meses, verificado pela pesquisa, ultrapassou em 75,89% a quantidade de novos aluguéis assinados no período. Mais de 80% dos inquilinos que desistiram dos imóveis alugados o fizeram por motivos financeiros.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui