Vendas no varejo avançaram 1,4% em maio

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Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)

A retomada econômica segue, mas em ritmo mais moderado – Segundo a divulgação do IBGE, as vendas no varejo avançaram +1,4% em maio, frustrando as expectativas do mercado, em torno de +2,4%. Vale ressaltar que a alta de abril foi revisada de +1,8% para +4,9%. Na comparação interanual, a expansão das vendas desacelerou de +4,9% em abril para +1,4% em maio. As vendas no varejo ampliado (que inclui vendas de automóveis e material de construção) tiveram expansão de +3,8% em maio, também abaixo da alta de +5,4% (revisado de +3,8%) registrada em abril, o que fez a taxa interanual desacelerar de +40,9% para +26,1%. Em termos desagregados, as maiores contribuições (da taxa interanual) vieram das vendas de veículos (+71,9%), vestuários e calçados (+165,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+71,9%).

 

Após o IGP-M da semana passada, o IPCA também mostrou sinais de alívio – O IPCA de junho registrou alta de +0,53%, abaixo das expectativas em torno de +0,60% dos analistas de mercado e da alta de maio (+0,83%). A alta foi concentrada nos preços administrados (+0,81%), enquanto os preços livres apresentaram alta de +0,43%, registrando a terceira alta consecutiva da taxa mensal. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de +8,35%, bastante distante da meta de inflação de 2021, em 3,75%, e até mesmo do teto da meta de inflação (5,25%). Apesar da divulgação positiva, o IPCA deve seguir pressionado nos próximos meses, em meio aos efeitos da crise hídrica sobre os preços da energia elétrica e ao começo da normalização dos preços de serviços, conforme o relaxamento das restrições de distanciamento avança.

 

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A ata da última reunião do Fomc mostrou um comitê mais conservador – A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fomc) teve como grande destaque o debate entre os membros acerca da sinalização sobre uma futura redução nos estímulos monetários. Apesar de o consenso ser de que mercado de trabalho continua longe dos objetivos de emprego almejados pelo comitê, alguns membros pontuaram que é importante já discutir a redução dos estímulos, em especial, se o crescimento econômico seguir surpreendendo as expectativas ou se a inflação se mostrar mais permanente do que o antecipado. Juntamente com as projeções econômicas, divulgadas no comunicado da última decisão, a ata demonstra que os membros do Fomc começam a virar a página na prescrição de política monetária e que, até o fim de 2021, o comitê deve sinalizar os planos de redução dos estímulos em 2022.

 

Uma semana difícil para os mercado – A semana foi marcada por grande volatilidade nos mercados, em meio às elevações dos receios com a variante delta da Covid-19 e a uma possível perda de dinamismo econômico à frente. Em especial, os juros dos títulos americanos de longo prazo apresentaram forte queda, com o título de 10 anos fechando abaixo de 1,40%. As Bolsas americanas conseguiram fechar no positivo, apoiadas pelo setor de tecnologia, que se beneficia de menores taxas de juros. Os ativos locais, no entanto, tiveram uma deterioração mais aguda, em meio ao mau-humor externo e às elevações dos ruídos políticos. O Ibovespa fechou a semana em queda de -1,72%, voltando à faixa dos 125 mil pontos, mas o grande destaque foi o dólar, que, após flertar com níveis abaixo dos R$ 5,00 no fim de junho, avançou 4,32%, voltando para a faixa dos R$ 5,25 ou R$ 5,30/US$ 1.

 

Agenda semanal – Agenda doméstica mais vazia, com a divulgação do IBC-Br (proxy mensal do PIB) de maio na quarta-feira, sendo o maior destaque. A agenda internacional será mais agitada. Na China, os dados de atividade de junho e o PIB do segundo trimestre serão publicados na quarta-feira. Já nos EUA, os destaques serão os números de inflação de junho, especialmente o CPI, e os números de atividade, com a produção industrial e as vendas no varejo de junho sendo divulgadas, respectivamente, na quinta e na sexta-feira.

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Nicolas Borsoi

Economista da Nova Futura Investimentos

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