Vendas no varejo cresceram 4,2% em 2024

Dados são do IAV-IDV; faturamento cai 1% em dezembro mesmo com impacto das festas de final de ano

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Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)

O crescimento nominal das empresas associadas ao Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) em 2024 foi de 4,2%, em comparação com o ano anterior, de acordo com o Índice Antecedente de Vendas (IAV), que considera a participação das atividades no volume total de vendas no varejo medido pelo IBGE.

O segmento que apresentou maior crescimento no ano passado foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos, com 17%; seguido pelos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com 12%; e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 11%. O setor de tecidos, vestuário e calçados cresceu 6%, já o setor de material de construção teve alta de 4%, enquanto os segmentos de hiper e supermercados e o de móveis e eletrodomésticos cresceram 2% e 1%, respectivamente.

Com relação às projeções para os próximos meses, de acordo com o IAV-IDV nominal, a previsão é de crescimento de 4,1% em janeiro, 4,7% em fevereiro e 4,5% em março, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior. Em dezembro do ano passado, houve alta de 4,2% em relação ao mesmo mês de 2023.

Já os últimos dados do IAV-IDV ajustados pelo IPCA são negativos, com previsão de queda de 0,3% em janeiro, 0,2% em fevereiro e 0,8% em março. Em dezembro de 2024, a variação nominal registrou queda de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2023.

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As projeções são feitas a partir dos dados individuais que cada associado do IDV informa em relação à sua expectativa de faturamento para os próximos três meses. Esse conjunto de empresas que compõem o índice possui representantes em todos os setores do varejo e corresponde a, aproximadamente, 20% das vendas no varejo brasileiro.

No setor de híper e supermercados, dezembro do ano passado teve alta de 3,6% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 2,3%, 3,9% e 4,6%, respectivamente.

No setor de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, dezembro do ano passado teve alta de 7,0% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 5,0%, 4,4% e 2,6%, respectivamente.

No setor de material de construção, dezembro do ano passado teve alta de 5,0% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 10,5%, 13,4% e 10,9%, respectivamente.

No setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, dezembro do ano passado teve alta de 7,6% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 11,6%, 12,4% e 9,9%, respectivamente.

No setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos, dezembro do ano passado teve alta de 12,1% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 14,8%, 9,7% e 12,9%, respectivamente.

No setor de móveis e eletrodomésticos, dezembro do ano passado teve alta de 7,6% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 3,7%, 5,3% e 5,6%, respectivamente.

No setor de tecidos, vestuário e alçados, dezembro do ano passado teve alta de 4,3% em relação ao mesmo mês de 2023. Para janeiro, fevereiro e março, as previsões são de crescimento de 3,3%, 8,0% e 4,0%, respectivamente.

Já segundo o Índice de Performance do Varejo (IPV), relatório da HiPartners, o mês de dezembro é tradicionalmente um dos mais aguardados do ano pelo impacto nas vendas relacionadas às festas de final de ano, que envolvem não apenas o Natal e Ano Novo, mas confraternizações entre amigos, familiares e colegas de trabalho. Apesar disso, os resultados gerais do mês apresentaram um crescimento tímido em 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.

O índice, que avalia a variação mensal e anual do fluxo de consumidores, vendas e faturamento de lojas físicas e shopping centers de todo o Brasil, revelou que, em termos de fluxo de visitação, os shoppings registraram queda de 4% na comparação com o mês de dezembro do ano anterior. Tanto as lojas de rua quanto aquelas que estão situadas dentro dos centros de compras, tiveram um crescimento aquém do esperado, de apenas 1% no mesmo período.

O faturamento geral apresentou leve queda de 1% em comparação ao mesmo período de 2023, enquanto as vendas recuaram 6%. Essa variação foi influenciada por cenários regionais heterogêneos, mesmo com crescimento no tíquete médio em todo o Brasil.

A análise regional destaca um cenário variado no desempenho das lojas físicas. O Nordeste liderou os resultados, com crescimento de 8% no fluxo de visitação e de 4% no faturamento em relação a dezembro de 2023. Por outro lado, regiões como o Centro-Oeste e o Norte apresentaram quedas significativas.

No comparativo setorial, o maior destaque foi a queda de 3% no faturamento do setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que encerrou o ciclo de crescimento constante nos meses anteriores. Por outro lado, o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico registrou aumento expressivo de 15% no faturamento (year-over-year), destacando-se positivamente.

Apesar dos resultados tímidos de dezembro, o IPV revela que a semana do Natal de 2024 trouxe mais gente para consumir nos shopping centers, com alta de 25% na comparação com a semana anterior do mesmo ano. Em 2023, esse crescimento foi de apenas 17%.

Ainda na análise semanal, tanto faturamento quanto vendas cresceram aproximadamente 50% no mesmo período, o que mostra um aquecimento maior à medida que o feriado se aproxima. De toda forma, apesar da alta, a performance foi abaixo do ano anterior.

Ao comparar a semana que antecede o Natal de 2024 com o mesmo período de 2023, a HiPartners observou uma reversão em alguns indicadores, destacando a complexidade do cenário. O faturamento, por exemplo, registrou leve queda de 4% em 2024 em comparação com 2023. Essa desaceleração no faturamento pode ser reflexo da maior cautela do consumidor,as pressões inflacionárias que ainda afetam o Brasil ou até mesmo um adiantamento do consumo durante a Black Friday que teve ótima performance no ano.

Além disso, ao comparar as taxas de crescimento numa série histórica desde 2019, é possível observar uma recuperação dos impactos da pandemia. Entre 2020 e 2022, os números mostraram um restabelecimento significativo, mas, desde então, o cenário tem apresentado dificuldades para sustentar o crescimento contínuo em todos os segmentos, com 2024 evidenciando uma performance mista.

Análise mais profunda comparando os dados de 2024 com os do ano de 2019, antes da Covid, revela um dado interessante: enquanto o faturamento e as vendas apresentaram taxas positivas em comparação com 2019, o fluxo de visitantes, tanto em lojas físicas de rua quanto em shopping centers, ainda está abaixo dos níveis pré-pandêmicos. Em termos de faturamento, 2024 superou os números de 2019, com o crescimento notável de 37%, mas o fluxo de consumidores ainda não conseguiu atingir os patamares do período anterior à crise sanitária.

Porém, quando analisamos o desempenho por região especificamente pela ótica sazonal, o IPV deste mês também revela crescimento substancial em várias partes do Brasil, com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste. Essas regiões apresentaram aumentos significativos no fluxo de consumidores em comparação com a semana anterior ao Natal, com a região Sul registrando um impressionante aumento de 61% e o Centro-Oeste 42%. As taxas não apenas superaram os índices de 2023, mas também indicam um comportamento otimista dos consumidores nessas áreas do país.

O segmento de tecido, vestuário e calçados foi um dos grandes destaques do Natal de 2024, com crescimento de 44,76%, número que não apenas superou os 46,50% de 2023, mas também indicou uma forte demanda do consumidor nesse setor específico. Por outro lado, o segmento de equipamentos e materiais para escritório, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentou declínio de 5,40%, o que pode refletir uma mudança nos padrões de consumo e nas prioridades do consumidor durante o período de festas.

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