O governo federal cedeu para a Brahma imagens da campanha “O melhor do Brasil é o brasileiro”, criada pela Lew Lara para a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). As fotos farão parte de uma exposição dentro do camarote da cervejaria no Sambódromo, que este ano tem como tema “Made in Brasil – o Brasil está na moda”. Como a “única multinacional verde-amarela”, autodenominação da Ambev, dona da marca, foi vendida no ano passado para os belgas da Interbrew, talvez valesse a atualização do slogan para “O melhor do Brasil são os dividendos e lucros dos brasileiros”.
Passo firme
Houve um crescimento de 12% no volume de pares de calçados exportados no ano passado. Foram 212 milhões, contra 188,6 milhões embarcados em 2003. O faturamento foi de US$ 1,809 bilhão, 17% acima do obtido em 2003. Os líderes de compras do calçado nacional foram os Estados Unidos (56,6%), Reino Unido (7,5%), Argentina (5,8%), México (3,8%) e Canadá (2,8%), informa a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados.
Gogó
A justificativa mobilizada pelo presidente Lula para defender o Pro-Uni de que a distribuição de vagas em universidades privadas é “para fazer justiça” revela preocupante confusão com o papel do ensino superior. Universidade não é lugar “para fazer justiça”, mas para formar profissionais qualificados e desenvolver e desenvolver o espírito crítico. Justiça é oferecer ensino público e de boa qualidade desde a educação básica para permitir condições equilibradas de acesso à universidade.
Oportunidade
Como a defesa da “justiça” foi feita em Tabatinga (PA), onde estreou o AeroLula, de US$ 56 milhões, Lula, que também afirmou que pobre na universidade “incomoda os ricos” poderia dar um exemplo concreto de justiça social. Basta canalizar o superávit primário (economia para pagar juros) de R$ 84 bilhões que seu governo acumulou até novembro para a educação básica, fazendo uma das maiores revoluções da história do país. Estaria trocando os ricos, incomodados pelas perdas dos ganhos financeiros, pelos pobres, beneficiados pela prioridade para a educação, até então campeã da retórica de todos governos.
(Des)Arranjo
O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo repudiou a demissão de Clayton Campanhola, da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos demais diretores: “Para além dos arranjos e das acomodações políticas internas do Ministério da Agricultura, as justificativas dessa decisão revelam a tendência do governo Lula de priorizar certos setores ligados ao agronegócio, em detrimento da agricultura familiar, responsável por cerca de 50% da produção agropecuária nacional”, diz o texto.
Desvio
O fórum acusa ainda o agronegócio deve ser “composto pelas transnacionais do setor e pelas organizações de grandes proprietários rurais, tendo como expoente o ministro Roberto Rodrigues e apoiado pela bancada ruralista do Congresso”. “Esse setor trabalha abertamente contra a implementação de programas de reforma agrária e de preservação ambiental. Nos sentimos no dever de alertar os companheiros e companheiras que o atual governo se desvia das suas lutas e metas históricas e segue rumos opostos ao que o PT, a esquerda e os setores democráticos da sociedade civil organizada sempre defenderam”, finaliza o documento.
Figueiredo
Bush não foi nem original em seu discurso de posse. Apenas entoou uma variante em inglês do “prendo e arrebento”, tirada famosa nestes lados dos trópicos.