Vetando Lei Aldir Blanc, popularidade de Bolsonaro cresceu na direita

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Jair Bolsonaro fazendo coraçãozinho (Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)
Jair Bolsonaro fazendo coraçãozinho (Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)

Pesquisa Modalmais/AP Exata divulgada na última sexta-feira apontou que o percentual de pessoas que avaliam a gestão Bolsonaro como ruim/péssima é de 49,5%; 29,9% consideram o governo como bom/ótimo e 20,6%, como regular. A popularidade do governo prossegue com uma tendência de melhora lenta. Em relação à semana anterior, houve uma queda de 0,3% na rejeição e um aumento de 0,3% na aprovação. A avaliação como “regular” se manteve estável.

A aprovação de Jair Bolsonaro chegou a 40% esta semana, puxada pelos aplausos de seus apoiadores ao veto da Lei Aldir Blanc, que muitos acreditam ser uma forma de financiar os artistas sem contrapartidas e, por conseguinte, fomentar adversários de Bolsonaro.

Nesta sexta-feira, no entanto, o índice de aprovação caiu para 36%. O anúncio do lucro da Petrobras de R$ 44,5 bilhões, no primeiro trimestre, indignou muitas pessoas que acreditam que a população está pagando para os acionistas ganharem valores considerados extremamente altos.

As declarações de Bolsonaro, criticando a política da Petrobras e fazendo um apelo para que a empresa não faça novos reajustes, frustraram quem esperava que, com a mudança do presidente da empresa, novos aumentos estariam fora de cogitação.

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Muitos internautas acreditam que Bolsonaro deve ser mais incisivo sobre a Petrobras. A defesa do fim do PPI continua muito presente nas conversas dos internautas.

O desgaste do tema Petrobras vinha sendo contornado pelo governo, que chegou a ter uma rejeição no assunto de 76%, em abril.

No início da semana que passou, a rejeição ao presidente nesse tema estava em 58%, mas, com os fatos da última sexta, voltou à casa dos 70%.

Cabe ressaltar que a questão da Petrobras e dos preços doscombustíveis também é negativa para Lula, que sempre é associado aos casos de corrupção na empresa, nos governos do PT. Ele é acusado de ter “quase falido” a Petrobras e de ser também responsável pelo que ocorre hoje. No caso do ex-presidente, a negatividade no tema combustíveis segue estável desde o início do mês, com um índice de 65%.

Petistas dizem que os adversários políticos demonstraram inveja pela relevância internacional de Lula, que foi capa da revista “Time”. Eles ironizam especialmente os governistas que viralizaram uma capa falsa com Bolsonaro, mas agora desvalorizam a importância da publicação.

O que mais se falou sobre a entrevista foi a opinião polêmica de Lula, que afirmou que Zelensky também é culpado pela invasão russa da Ucrânia. Analistas disseram que essa e outras falas de Lula são desajustadas e contraproducentes para a campanha.

Esquerdistas, alguns deles petistas, estão questionando a estratégia de comunicação do candidato (ou a ausência dela). O PT é acusado de descurar esse aspecto da campanha e permitir que Lula fique muito exposto a críticas e desgaste ainda antes do início oficial da campanha. Teorias da conspiração afirmam que Lula não está em sua plena capacidade de raciocínio, que está muito velho e sem condições para assumir a Presidência. A direita o compara a Biden, com críticas também ao presidente dos EUA.

Essa narrativa sobre a sanidade do ex-presidente tem ocupado cada vez mais espaços da internet.

Além disso, as notícias de que o diretor da CIA teria, em julho de 2021, comunicado ao presidente que não deveria questionar a eleição, causaram muitas conversas nas redes. Governistas dizem que o presidente da República e os brasileiros têm legitimidade para questionar a eleição, mas um órgão dos EUA não tem poder de interferência no Brasil. O posicionamento deu origem a muitas teorias conspiratórias sobre o interesse de potências estrangeiras no futuro político do país, vindas de todos os quadrantes políticos. A fala de Bolsonaro na live de quinta-feira, de que os militares não serão meros espectadores da eleição, reforçou a narrativa da esquerda de que há um movimento de golpe por parte do presidente. A ideia de contratação de uma empresa para auditar as eleições, sugerida por Bolsonaro, também serviu de combustível às teorias da conspiração dos opositores, que lembraram a rejeição à presença da União Europeia como observadora do pleito. Eles dizem que Bolsonaro está buscando maneiras de evitar que Lula assuma, em caso de vitória do petista, e acreditam que as Forças Armadas estão colaborando para esse cenário.

Dentre os sentimentos acompanharam as menções positivas/negativas, destacamos a confiança, que caiu de 16% para 14% devido à narrativa de que o presidente não tem poder de impedir reajustes de combustíveis e às críticas ao lucro da Petrobras, diante dos altos preços pagos pela população.

A nova alta de Selic, de 1%, originou conversas sobre o papel do Banco Central na ancoragem de expectativas da inflação no Brasil. Perfis de esquerda reclamam que o órgão usa a subida das taxas de juros como única arma para alcançar o IPCA, esquecendo a geração de empregos e o crescimento econômico. Para eles, o método é equivocado e beneficia apenas os investidores de renda fixa, prejudicando pequenos negócios e o consumidor comum. As reclamações quanto ao preço de gás, combustíveis e alimentos prosseguem nas redes. A tese de governistas de que a culpa é de governadores, pandemia e guerra, começa a enfrentar resistência e críticas de internautas comuns. Opositores culpam Bolsonaro e Paulo Guedes, e as publicações virais, mostrando preços altos nos supermercados, corroboram essa ideia.

O veto presidencial do presidente à Lei Aldir Blanc resultou em um crescimento da avaliação positiva referente a Bolsonaro. Já Lula foi o protagonista da semana, comum percentual de menções superior aos demais candidatos. No entanto, o ex-presidente segue com a maior rejeição no Twitter. Ciro Gomes vem se distanciando das demais candidaturas de uma eventual terceira via, uma vez que os outros nomes alternativos à polarização não têm conseguido se destacar nas redes e contam com uma influência ínfima entre os internautas.

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