A violência e o comércio ilegal foram as principais causas do fraco desempenho das vendas do comércio carioca em 2022. As conclusões estão na pesquisa realizada pelo Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio), que ouviu 350 lojistas da cidade.
Para 55% dos entrevistados a falta de segurança pública foi o que mais influenciou e afastou o consumidor das lojas, principalmente do comércio de bairro e 45% disseram que foi o comércio ilegal, que tomou conta das ruas da cidade.
A pesquisa também mostra que 50% dos comerciantes apontaram como péssimos os serviços de conservação da cidade (limpeza das ruas e bueiros, iluminação, etc.), 33% consideram ruins, 10% acham que são regulares, 5% acham bons e apenas 2% avaliam como ótimos.
Para a revitalização do comércio, 39% dos lojistas apontaram o firme combate ao comércio informal, 26% a conservação urbana; 10% a assistência à população de rua e 25% apontaram o conjunto das opções acima citadas, entre eles a diminuição de impostos.
Segundo Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e do Sindilojas-Rio os resultados negativos se acumulam mês após mês, enquanto os custos e as dificuldades operacionais cotidianas só aumentam.
“A violência, os camelôs e a desordem urbana afastam cada vez mais os consumidores, afetando gravemente o comércio. Para dar um basta nisso é fundamental uma ação integrada dos Poderes públicos, com o apoio de toda a sociedade e de suas instituições representativas”, concluiu Aldo.
Ontem, cerca de 60 empresários lojistas, proprietários de imóveis comerciais e moradores do Centro voltaram a se reunir com o novo subprefeito da região, Alberto Szafran, no auditório do Sindilojas-Rio. Neste encontro, que contou também com a participação do superintendente do Centro, Luiz Cláudio Vasques, da Secretaria Estadual de Governo, foram discutidas as reivindicações contidas no documento entregue a Szafran, no dia 19 de janeiro, em reunião na Subprefeitura.
O vice-presidente do Sindilojas-Rio e presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca (Sarca), Roberto Cury, abriu a reunião afirmando que, para promover a desejada revitalização do Centro, a prefeitura precisa criar condições que estimulem a abertura de lojas e, também, que beneficiem o comércio local já instalado, que luta para manter suas portas abertas. Cury pediu a atenção da prefeitura para o projeto previsto para recuperar a Rua da Carioca, que aguarda o aval da administração municipal para se concretizar, lembrando que o resgate de uma das ruas mais importantes da região beneficiará todo o entorno, incluindo a Praça Tiradentes.
Todos os empresários que pediram a palavra foram unânimes em apontar a falta de segurança, a desordem urbana – abrangendo ambulantes ilegais, população em situação de rua crescente, invasões e falta de conservação, de limpeza e de iluminação – e a pesada carga tributária como as principais causas dos problemas que enfrentam.
Já o superintendente regional do Centro, Luiz Cláudio Vasques, adiantou que a secretaria estadual da Polícia Militar, junto com o 5º BPM, responsável pela segurança da região, estão trabalhando para que o programa Centro para Todos, com foco na segurança pública, seja retomado em breve. Ele informou também que está em negociação uma parceria com os comerciantes, para que os lojistas possam ceder imagens de seus sistemas de vigilância, que mostram as entradas dos estabelecimentos e seus entornos, ao 5º BPM e a Polícia Civil, o que proporcionará maior alcance e agilidade da ação policial. Vasques se comprometeu ainda a atuar, no âmbito do governo do estado, pela regulamentação da Lei 9.722/22.
Após ouvir todos os relatos, o subprefeito do Centro se comprometeu a levar as demandas dos comerciantes relativas à diminuição dos impostos à secretária municipal de Fazenda, Andrea Senko.
“Serei um defensor do empreendedor, do morador do Centro. Serei um defensor da justiça fiscal”, afirmou. Ele adiantou, sem dar maiores detalhes, que, a partir de 6 de março, a prefeitura retomará as operações do choque de ordem no Centro. Quanto às demandas pela ampliação das vagas de estacionamento e pela correção dos problemas viários ligados ao VLT, Szafran disse que as encaminhará à CET-Rio e à secretaria municipal de Transportes, respectivamente.