Depois de ser nomeado pelas manchetes de jornais candidato a vice-presidente na chapa da ex-ministra Dilma Housseff e ministro plenipotenciário do Banco Central, Henrique Meirelles tem tudo para integrar o elenco do remake de Roque Santeiro.
Respeitem as urnas!
Caso seja levada a cabo, a promessa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de reduzir os gastos públicos e comandar um novo movimento anticíclico irá de encontro das promessas de campanha da recém-eleita presidente Dilma Housseff, que se comprometeu em erradicar a miséria para garantir um crescimento efetivo do país. E, como enfatizou, o presidente Lula, em linguagem crua, “quando se fala em corte de gastos públicos, se prepara alguma sacanagem contra o povo”. Estará Mantega na contramão do atual e da futura chefe?
Incomoda
A presença do BNDES, jogando os juros para baixo, preocupa os bancos estrangeiros aqui instalados, que cobram taxas inúmeras vezes maiores que nos demais países em que atuam. O ex-diretor do Banco Central e atual economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartzman, escreveu um texto – na língua do mercado, claro – em que aponta “artifícios contábeis” que teriam transformado o BNDES em um banco extremamente rentável à custa de subsídios do Tesouro, mas que traria um custo ao país no médio e longo prazos.
Schwartzman faz parte daquele time de economistas que transitam entre a banca privada e as poltronas públicas: economista-chefe do Unibanco, deixou o cargo em 2003 para assumir a Diretoria Internacional do BC. De lá pulou para o Real, hoje absorvido pelo Santander.
Pré-sal
Apesar de não ter muita experiência na produção de petróleo offshore, do qual extrai cerca de 300 mil barris/dia, contra algo em torno de 3 milhões barris/dia em terra, o Canadá desponta como um grande parceiro do Brasil na área. Cresce o número de empresas daquele país que procuram a embaixada e o consulado fluminense para prospectarem negócios. Apesar de boa produção e grandes reservas, e de a maior parte ser produzida em terra, o petróleo canadense tem um custo de extração caro, pois está misturado com areia. Estima-se que aproximadamente de 25% da energia sejam gastos na própria produção.
Burocracia
Empresas canadenses que desejam se instalar no Brasil espantam-se com a confusa carga tributária e a demora nas decisões aqui. O consulado do país no Rio tenta resolver o problema fazendo o “dever de casa”, ou seja, ensinado às empresas a terem paciência na hora de concretizar seus negócios, principalmente na área de petróleo e gás, uma vez que esse setor tem como carro-chefe uma estatal, a Petrobras, na qual todas as decisões levam tempo como, por exemplo, a realização de licitações.
Na Baixada
A Colombo, rede de moda masculina, inaugurou sua 17ª filial no Rio de Janeiro, localizada em Duque de Caxias, na Baixada. “O Rio de Janeiro sempre nos acolheu muito bem, e a inauguração de mais uma loja mostra o quanto adquirimos clientes fiéis. Desde nossa primeira loja sempre levamos produtos de qualidade e sofisticação”, afirma Álvaro José Jabur, presidente da Colombo, que tem 93 anos de tradição.
Macaquitos
Para o cientista político Willians Gonçalves, da UFF e da Uerj, mesmo após o fim da União Soviética, os Estados Unidos continuam sendo os pivôs da violência mundo afora: “No pós-guerra, desenvolveram um aparato produtivo no qual dependem do mundo inteiro para fornecer matérias-primas baratas. Têm de abrir fronteiras para seus investimentos. Eles são o sol. Qualquer um que se meta no caminho é ameaça. Mas estão em decadência”, disse, lamentando que a direita brasileira seja pró-EUA: “A direita européia é nacionalista, anti-norte-americana, inclusive a extrema direita, de Hitler e Mussoline”, comparou o cientista político.