Com o declínio do trabalho remoto, os brasileiros voltam a buscar opções de alimentação fora de casa: entre 2023 e 2024, as refeições apresentaram aumento significativo na contribuição de unidades (2%) e no crescimento de frequência de consumo (28%) e penetração (9%). Isso sem contar a marmita, a querida companheira de diversos brasileiros todos os dias, que está ganhando cada vez mais espaço. O consumo “On the Go” (o famoso “para viagem”) está crescendo rápido, passando de 0,5% para 1,3% das refeições entre 2023 e 2024.
Em relação às refeições fora de casa, os dados do estudo Consumer Insights 2024, produzido pela divisão Worldpanel da Kantar em seis regiões metropolitanas (Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), apontam que as ocasiões de consumo foram impulsionadas por momentos com colegas de trabalho, especialmente nos almoços (46%) das terças e quintas-feiras. Além disso, as principais escolhas de cardápio foram carne bovina (66%) e comida brasileira (47%).
Outro aspecto importante para o consumidor fora de casa é o aumento no custo. Em 2024, o combo de refeição, bebida não alcoólica e sobremesa ficou, em média, 23% mais caro na comparação com o ano anterior. Para as classes D e E, esse aumento foi ainda mais significativo, chegando a 30%.
Em termos de valores, em 2023, o gasto médio por refeição ficou em R$ 54,79, subindo para R$ 57,76 no ano seguinte. Com isso, os brasileiros optaram por desembolsar menos com bebidas não alcoólicas, passando de R$ 11,04 para R$ 10,63, e sobremesas, indo de R$ 15,20 para R$ 14,68.
Em relação às marmitas, por sua vez, as classes A e B são as principais contribuintes, com alta de 112% em ocasiões de consumo semanal entre o quarto trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024. Aqui, cresceram as escolhas de carne bovina (22 p.p.), carne de aves (10 p.p.) e massas seca ou caseira (5 p.p.). Os principais motivos foram praticidade (46% das ocasiões) e rapidez (66% das refeições são preparadas em até 30 minutos).
Além disso, em fevereiro de 2025, foram criados 24.104 novos postos de trabalho com carteira assinada, um crescimento de 53% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O desempenho acompanha o bom momento do mercado de trabalho no país, que registrou um saldo positivo de 432 mil empregos formais no mês, o maior desde o início da nova série histórica do Caged, em 2020.
Apesar do avanço na formalização, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostra uma leve queda no total de ocupados no setor, que passou de 4.787 milhões para 4.764 milhões. considerando empregos formais e informais. O levantamento considera os dados da categoria alojamento e alimentação, na qual bares e restaurantes respondem por cerca de 85% das vagas de trabalho.
Além da criação de novos postos, os salários também tiveram avanço. O rendimento médio no setor aumentou de R$ 2.194 para R$ 2.222, atingindo maior valor médio da história, consolidando uma tendência de valorização da mão de obra e reforçando a importância da atividade para a economia brasileira.
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, os dados refletem a resiliência e o dinamismo dos bares e restaurantes, que geram cada vez mais oportunidades.
“O crescimento expressivo das contratações em fevereiro mostra como o setor de alimentação fora do lar segue fortalecendo o mercado de trabalho. A adaptação aos períodos sazonais, como foi o caso do Carnaval no último mês, impulsiona o segmento, que se antecipa à alta demanda e mantém um ritmo consistente de geração de empregos ao longo do ano”, avalia.
















