O volume de serviços prestados no país segue em crescimento. O setor teve alta de 0,5% na passagem de março para abril, segundo resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 1,2% no período. Com isso, o setor de serviços se situa 12,9% acima do nível pré-pandemia (de fevereiro de 2020) e 0,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2022.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o setor mostrou expansão de 5,6%, se recuperando do recuo de 2,2% registrado em março. No acumulado do ano, o volume de serviços teve alta de 2,3% no primeiro quadrimestre de 2024, frente a igual período de 2023. Já o acumulado dos últimos 12 meses foi 1,6%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, cujo resultado foi divulgado hoje pelo IBGE.
Das cinco atividades da PMS, três tiveram crescimento na passagem de março para abril. O principal destaque foi para a alta de 1,7% em transportes. É a segunda expansão seguida, com ganho acumulado de 2,5% no período. Dos quatro tipos de serviços com maior impacto positivo no resultado do mês, três são do grupo transportes.
“A maior influência foi de transportes aéreos, efeito da queda dos preços das passagens aéreas em abril”, explica Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. “O transporte rodoviário municipal de passageiros foi o terceiro impacto, e logística de cargas ficou em quarto”, complementa.
Outra atividade com importante influência no crescimento de 0,5% do setor em abril foi outros serviços, que com a alta de 5,0%, também apresentam o segundo crescimento seguido, acumulando 5,3% de expansão no período de março-abril. O destaque do grupo foram as atividades de serviços financeiros e auxiliares, que marcaram a segunda maior influência positiva em toda a pesquisa.
A terceira atividade que registrou alta foi informação e comunicação, com crescimento de 0,4%, renovando, assim, o ápice de sua série histórica em abril de 2024. “O desempenho do grupo no mês foi puxado pelo resultado em telecomunicação”, afirma Lobo.
Entre as quedas, serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram recuo de 1,1%. “A queda tem a ver com a base de comparação mais elevada, já que o setor vinha de alta de 4,0% em março. De toda forma, esse recuo não elimina o ganho do mês anterior e o grupamento ainda tem um saldo positivo nestes dois meses”, justifica o gerente da PMS. Os serviços de engenharia, as empresas que atuam com cartões de desconto e programas de fidelidade, bem como as agências de viagens tiveram um papel importante para explicar a queda do setor de profissionais e administrativos, em abril.
Fechando as atividades, o setor de serviços prestados às famílias, com queda de 1,8%, sofreu seu recuo mais intenso desde outubro de 2023, quando caiu 1,9%. O grupamento de alojamento e alimentação exerceu o maior impacto negativo dentro da atividade, seguido por espetáculos teatrais e musicais. “No caso deste último, a base de comparação estava mais elevada, graças a alta de março ocasionada por um festival que ocorreu em São Paulo”, lembra Lobo.
Ainda na passagem de março para abril, na análise regional, 20 das 27 unidades da federação (UFs) tiveram crescimento. Entre os locais que apontaram taxas positivas nesse mês, os impactos mais importantes vieram de São Paulo (0,6%) e Minas Gerais (3,2%), seguidos por Bahia (5,7%) e Distrito Federal (5,4%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (-0,7%), Tocantins (-22,5%) e Paraná (-1,0%) tiveram as principais influências negativas.
A PMS também trouxe os resultados do setor de serviço na comparação interanual, entre abril de 2024 e abril de 2023. Neste caso, o volume do setor de serviços apontou crescimento de 5,6%, após ter recuado 2,2% em março. Todas as cinco atividades cresceram nesta comparação, com o setor de informação e comunicação exercendo o principal impacto positivo, com alta de 7,7%.
“Em 2024, o mês de abril teve dois dias úteis a mais do que em abril de 2023, o que acaba trazendo algum impacto positivo a esse indicador. Há uma maior chance de estabelecimento de novos contratos de prestação de serviços, por exemplo”, destaca o gerente.
Regionalmente, 23 das 27 UFs tiveram crescimento. A contribuição positiva mais importante ficou com São Paulo (5,7%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-2,6%) liderou as perdas do mês. “Cabe destacar que essa queda no volume de serviços no estado gaúcho é consequência de um menor dinamismo da agropecuária. Em 2024, as safras estão menores, o que acaba se refletindo na queda em transporte rodoviário de cargas, responsável pelo escoamento da produção agrícola, e que tem peso elevado no estado. Em outros estados com forte viés agrícola aconteceu o mesmo”, esclarece Rodrigo Lobo, citando as quedas no Mato Grosso do Sul (-5,4%) e no Tocantins (-8,1%).
O índice de atividades turísticas teve crescimento de 2,3% em abril, na comparação com março, marcando o segundo resultado positivo seguido, acumulando um ganho de 2,4% neste período. O segmento de turismo ficou 4,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 3,0% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014). “Este índice agrega 22 atividades de serviços, dentre elas, o transporte aéreo de passageiros, que, como já explicado, foi influenciado positivamente pela queda do preço das passagens”, relembra Lobo.
Na análise regional, 10 dos 12 locais tiveram alta, com a contribuição positiva mais relevante sendo marcada por São Paulo (3,7%), seguido por Minas Gerais (4,9%), Distrito Federal (4,4%) e Paraná (2,9%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-3,6%) e Rio de Janeiro (-0,5%) registraram os recuos.
A pesquisa também trouxe o resultado dos agregados de transporte. O volume de transporte de passageiros no Brasil teve crescimento de 10,2% na passagem de março para abril. Dessa forma, o segmento ficou 3,2% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 20,5% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica). Na comparação com abril de 2023, houve expansão de 9,9%, após ter registrado cinco resultados negativos consecutivos. Já no acumulado do primeiro quadrimestre do ano, houve recuo de 3,0% frente a igual período de 2023.
Já o volume do transporte de cargas teve variação positiva de 0,2% em abril, ficando 6,3% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023) e 34,1% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro 2020). Na comparação com abril de 2023, o indicador teve crescimento de 3,4%, após queda de 8,2% em março. Já no acumulado do ano (primeiro quadrimestre), o transporte de cargas avançou 1,1% no confronto contra o mesmo período do ano anterior.
Com informações da Agência de Notícias IBGE
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