Xi e Biden: um passo para cooperação contra a Guerra Fria

Enquanto EUA e China diminuem tensões, relações dos Estados Unidos com Rússia estão perto de rompimento

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biden e xi jinping apertam as mãos
Biden e Xi Jinping (foto de Li Xueren, Xinhua)

Os presidentes chinês, Xi Jinping, e dos EUA, Joe Biden, tiveram na quarta-feira uma troca franca e profunda de pontos de vista sobre questões estratégicas e abrangentes, críticas para a direção da relação China–EUA e sobre questões importantes que afetam a paz e o desenvolvimento mundiais. O encontro foi considerado um passo – ainda tímido – para cooperação contra a Guerra Fria

Esta é a avaliação chinesa sobre a reunião realizada em Filoli Estate, uma casa de campo a aproximadamente 40 km ao sul de São Francisco, Califórnia (EUA). Biden recebeu Xi calorosamente quando ele chegou à propriedade.

Na avaliação da Casa Branca, os dois líderes mantiveram uma discussão franca e construtiva sobre uma série de questões bilaterais e globais, incluindo áreas de potencial cooperação como militar e de combate ao tráfico de drogas, e trocaram opiniões sobre áreas em que há divergência.

O presidente Joe Biden enfatizou que os Estados Unidos e a China estão em competição, observando que os Estados Unidos continuariam investindo nas fontes de força norte-americana a nível interno e alinhando-se com aliados e parceiros em todo o mundo.

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Ele sublinhou que os Estados Unidos defenderiam sempre os seus interesses, os seus valores e os seus aliados e parceiros. Reiterou que o mundo espera que os Estados Unidos e a China administrem a concorrência de forma responsável para evitar que esta se transforme em conflito, confronto ou numa nova Guerra Fria.

Cooperação contra a Guerra Fria

Observando que o mundo hoje está passando por mudanças profundas nunca vistas em um século, Xi disse que há duas opções para a China e os Estados Unidos: uma é aumentar a solidariedade e a cooperação, unir as mãos para enfrentar os desafios globais e promover a segurança e a prosperidade globais; e a outra é agarrar-se à mentalidade de soma zero, provocar rivalidade e confronto e conduzir o mundo à turbulência e à divisão.

As duas escolhas apontam para duas direções diferentes que decidirão o futuro da humanidade e do planeta Terra, disse Xi, acrescentando que a relação bilateral, a mais importante do mundo, deve ser percebida e encarada neste amplo contexto.

Para a China e os Estados Unidos, virar as costas um ao outro não é uma opção, observou Xi, sublinhando que não é realista que um lado remodele o outro e que o conflito e o confronto têm consequências insuportáveis para ambos os lados.

Observando que a China está promovendo o grande rejuvenescimento da nação chinesa em todas as frentes através da modernização chinesa, Xi sublinhou que o país não seguirá o velho caminho da colonização e da pilhagem, ou o caminho errado de procurar a hegemonia com força crescente, dizendo que não exporta sua ideologia, nem tem um plano para superar ou destituir os Estados Unidos. Da mesma forma, os Estados Unidos não deveriam planejar suprimir e conter a China, acrescentou.

O presidente chinês destacou que o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação ganha-ganha são as lições aprendidas em 50 anos de relações China–EUA.

Rússia–EUA perto de rompimento

Enquanto China e EUA tentam adorar um tom de cooperação contra a Guerra Fria, as relações entre a Rússia e os Estados Unidos atravessam atualmente uma grande crise, e os laços entre os dois países podem ser rompidos a qualquer momento, disse nesta quinta-feira o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O Ministério emitiu um comunicado refletindo sobre a relação entre os dois países, à luz do 90º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre a Rússia e os Estados Unidos.

Romper relações “não é a escolha da Rússia, no entanto, as medidas irresponsáveis tomadas pelos Estados Unidos estão alimentando a escalada e podem levar a consequências catastróficas”, disse o Ministério, acrescentando que Washington está concentrado no seu objetivo doutrinário de infligir uma “derrota estratégica” a Moscou.

As relações Rússia–EUA também foram largamente dificultadas pelas políticas das atuais elites políticas norte-americanas, que consideram a hegemonia e o domínio dos EUA como a “visão de mundo básica”. “Os Estados Unidos estão concentrados na organização da agitação civil e na mudança de regime na Rússia e estão investindo recursos para alcançar estes objetivos”, afirma o comunicado.

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