Xi Jinping, o nascimento de um líder

Xi Jinping: sua trajetória política, liderança na China, reformas econômicas e influência global como presidente.

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Xi Jinping

O Rio de Janeiro recebe nos próximos dias o G20, e, nele, a imprensa mundial olha para o Brasil, atenta às decisões dos grandes líderes mundiais. Com o lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, a cúpula, composta por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais — a União Africana e a União Europeia — discute o futuro da humanidade. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.

Dentre eles, um país nos chama a atenção, não só por ser o maior parceiro comercial do Brasil por 15 anos consecutivos, mas também por sua potência mundial: a China, também conhecida como o Dragão do Oriente.

As primeiras notícias sobre a China chegaram pelos relatos do explorador italiano Marco Polo, que, no livro “As Viagens de Marco Polo”, descreveu para os europeus as maravilhas da China. A China, que no passado inventou a bússola, a pólvora, o papel-moeda, o garfo, o carrinho de mão, os sinos, entre outros, continua a ensinar ao Ocidente a arte de governar, com políticas públicas que retiraram sua população da pobreza e permitiram um equilíbrio social.

A unificação da China, sob a dinastia Qin, aconteceu em 221 a.C. Em 1º de outubro de 1949, ocorreu a Proclamação da República Popular da China, por Mao Zedong, o principal fundador do Partido Comunista da China.

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A China passou por diversos acontecimentos históricos que a fizeram forte e pujante na economia e na tecnologia. A capacidade de planejar em longo prazo e executar seu planejamento é exemplar para o mundo. Essa capacidade permitiu a formação de líderes.

Foi nesse universo de disciplina que o filho de um veterano comunista chinês, Xi Zhongxun, aderiu ao PCCh e trabalhou como secretário do partido. Segundo informações divulgadas na Wikipedia, Xi se formou no curso de engenharia química na Universidade de Tsinghua como “Estudante Operário-Camponês-Soldado”. Xi ascendeu politicamente às fileiras nas províncias costeiras da China, com medidas voltadas à reforma econômica, mais conhecidas como o pensamento econômico de Xi, que guia a China hoje.

Nas terras amarelas de Liangjiane, província de Shaanxi, em 1969, Xi Jinping teve sua primeira experiência administrativa para a redução da pobreza. Em 1974, com menos de 21 anos, foi indicado como secretário da célula do Partido Comunista na China, em razão do seu conhecimento e cultura. Diante das dificuldades existentes, Xi deu início à formação de cooperativas de costura e consignados, garantindo melhores condições de vida para os aldeões. Segundo um de seus colegas da aldeia, “trabalhava conscienciosamente, tinha muitas ideias e podia unir a população e os quadros”. Xi dizia que o que ele queria mais do que tudo era possibilitar que os aldeões “tivessem carne em seus pratos”.

Em 1982, quando foi vice-secretário do Comitê do Partido em Zhengding, província de Hebei, Xi Jinping foi pioneiro na implantação do programa de responsabilidade familiar em sua província. O resultado foi um grande êxito na produção agrícola. Em janeiro de 1983, o sistema de responsabilidade familiar foi implantado oficialmente, garantindo a reforma da economia rural, que levou a província ao desenvolvimento amplo. A economia semiurbana foi outro importante ponto — a economia de frestas.

Nos anos posteriores à 3ª Sessão Plenária do 11º Comitê Central do PCCh, Xi Jinping conseguiu mudar a mentalidade conservadora de algumas localidades que tinham uma única operação econômica de desenvolvimento. Hebei foi a primeira de quatro províncias onde ele fez carreira durante trinta anos em cargos regionais. Em 1985, após três anos em Hebei, foi para Fujian, uma das províncias mais pobres da China.

Com dedicação e trabalho, ao longo de 17 anos, Xi Jinping subiu na estrutura partidária de Fujian e foi ganhando relevância no Partido. Xi foi governador de Fujian. Após a demissão do secretário do Partido de Xangai, Chen Liangyu, Xi foi transferido para substituí-lo em 2007. Juntou-se ao Comitê Permanente do Politburo e serviu como primeiro secretário do Secretariado Central em outubro de 2007. Em 2008, foi designado como presumível sucessor de Hu Jintao como líder supremo; foi nomeado Vice-Presidente da República Popular da China e Vice-Presidente da Comissão Militar Central. Em 2013, foi eleito presidente da República Popular da China e reeleito. Recebeu oficialmente o título de “núcleo de liderança” do Partido Comunista Chinês (PCCh) em 2016.

Como presidente da República Popular da China, Xi introduziu medidas de grande alcance para impor a disciplina do partido e manter a unidade interna e a unidade chinesa, numa só China. Sua atuação anticorrupção levou à queda de altos funcionários do Partido Comunista em exercício e reformados.

No cenário internacional, busca expandir a influência africana e eurasiática da China através da reedição da “Rota da Seda”. Xi agora interliga não apenas a Ásia meridional e central, mas o mundo, cujas fronteiras cada vez mais se limitam à geografia. Com o BRICS, o xadrez da política mundial tende a promover um reequilíbrio de forças econômicas, jogo que o presidente Xi Jinping sabe conduzir muito bem.

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