Zodíaco dos vinhos: Câncer

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Câncer (ilustração Darkmoon Art, Pixabay)
Câncer (ilustração Darkmoon Art, Pixabay)

Seguimos a nossa viagem astro-enológica com bons resultados. Os leitores têm se identificado com as abordagens dos signos e suas correspondências com os vinhos. Inevitável o desejo de que o vinho do seu signo seja aquele de que mais gosta, mas uma coisa é certa: todos os signos e vinhos têm qualidades e defeitos – o que pode ser qualidade para um pode ser defeito para outro!

Agora é a vez do primeiro signo de Água. Os signos deste elemento natural são especialmente impactados pelas emoções, pelos afetos, com marcante intuição e sensibilidade. A predisposição é para uma energia mais Yin: receptividade, introspecção, imaginação. O ritmo das águas tem uma cadência e vibração mais constante, que relaxa e acalma. É a força da duração. Michael Pollan, em seu livro e documentário Cooked, associa o elemento água aos ensopados. A água multiplica o pão e apura o sabor.

Juntando-se a isso, o signo de Câncer é regido pela Lua, o único satélite natural da Terra, com uma rotação sincronizada e grande impacto em nosso cotidiano, seja ele de cunho simbólico ou físico. Apesar de ser um dos maiores satélites do sistema solar, tem uma atmosfera muito rarefeita, susceptível a raios solares, a variações de temperatura e a contínuos impactos de meteoros, cometas e asteroides. O temperamento fleumático da água se soma ao perfil lunar, fazendo do canceriano uma pessoa muito susceptível ao seu entorno, emotivo e de humor instável. Câncer, em latim, significa caranguejo, crustáceo que tem uma carapaça que o ajuda a se proteger das ameaças externas, já que os afetos importam muito, mas podem causar extrema alegria ou sofrimento.

As pessoas cancerianas são consideradas as mais sensíveis, afetuosas, solícitas e empáticas do zodíaco. Buscam romances intensos e duradouros, que alimentem suas necessidades de estarem emocionalmente plenas e menos vulneráveis às vicissitudes da vida. Eis que o falante e cortejador geminiano começa a se sentir sozinho, mesmo estando sempre acompanhado. Afinal, falta foco e profundidade nesse múltiplo e constante frenesi social. Hora de se arriscar a mergulhar no complexo universo das emoções!

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Um vinho de um signo de água não deve ter muitas arestas, pontos de tensão, ou seja, nada de acidez nervosa e taninos agressivos. Sendo ele canceriano, este vinho deve ter um perfil acolhedor, o que pode ser concedido pelo dulçor do vinho, pelos aromas delicados, pela elegância e maciez.

Em seu primeiro decanato, influenciado por Gêmeos, o vinho ainda traz a vocação para várias personas, só que com perfis mais suaves e femininos. É a vez da Moscatel, ou, se preferir, Moscato d’Asti, Muscat de Alexandria, Muscat à Petit Grains, Muskateller, Moscatel de Setúbal – uma grande família de uma cepa ancestral, que se metamorfoseia em colorações e tipos distintos, dando origem a vinhos espumantes, secos, licorosos, fortificados – de modo geral, mais delicados, com notas frutadas e florais. A Moscatel, apesar de assinar muitos vinhos doces, tem acidez suficiente para equilibrá-los.

O clássico canceriano não é uma uva branca, tampouco uma uva tinta agressiva – é a imprevisível e nobre Pinot Noir, que faz um dos vinhos tintos mais delicados do mundo, com aromas de frutas vermelhas, acidez mediana, taninos macios. Trata-se de um vinho fácil de agradar, mas quem o conhece melhor sabe o quanto esta cepa é sensível e temperamental e nem sempre se mostra integralmente.

Todos querem fazer este vinho, mas há que se tomar cuidado com a sua vulnerabilidade. É uma uva carangueja, de casca fina e fraca resistência ao calor, à umidade, às intempéries da viticultura. No entanto, onde ela se sente à vontade, em territórios conquistados, finca raízes fecundas, ganha toques terrosos e grande complexidade. Quem explica o caso de amor entre a Pinot Noir e a Borgonha?

O terceiro decanato é uma cepa de difícil cultivo, tem baixa acidez e requer cuidadosa maturação. Mas isso a torna mais exclusiva e valorizada. É na Alsácia, França, que ela exala seus mais contagiantes aromas florais, frutas tropicais e especiarias. Seus vinhos, mesmo secos, denotam certo dulçor e é muito comum as versões em colheita tardia e botritizadas (Grains Nobles).

A Gewurztraminer tem um perfume extremamente sedutor, que rouba a cena… é uma espécie de Moscatel menos popular. Talvez mais metida? Mas lógico que sim, pois vem aí Narciso em forma de signo! Gewurztraminer é o vinho canceriano com um charme leonino – tirando a carapaça para encantar as nossas taças!

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